Exclusivo Gato Preto avança para PER após quebra do negócio e prejuízos de 15 milhões no ano passado

Plano de recuperação visa preservar os postos de trabalho e "reorganizar as responsabilidades financeiras", adianta a cadeia de artigos para a casa, após redução do negócio e prejuízos de 15 milhões.

Gato Preto conta com 39 lojas físicas em Portugal e Espanha.DR

O Gato Preto, cadeia de lojas de artigos de decoração e mobiliário para a casa, avançou com um plano especial de recuperação (PER). O PER surge depois de ter registado uma forte quebra do negócio desde 2022 e prejuízos de 15 milhões de euros no ano passado, com a empresa a justificar que se trata da “medida necessária para assegurar a continuidade da sua atividade”.

Com 39 lojas de retalho, das quais 31 em Portugal e oito em Espanha, o Gato Preto adianta que enfrenta “pressões económicas e financeiras” nos últimos três anos e que a atual situação exigirá uma “revisão profunda do seu modelo de operação para lidar com as adversidades do contexto atual e procurar soluções que possibilitem a estabilização da empresa e a sua revitalização futura”.

O Gato Preto – detido pelo Grupo Aquino, de Coimbra — não revela detalhes do plano de recuperação, nomeadamente se prevê a saída de trabalhadores e o fecho de lojas. Mas fonte oficial de empresa assegura que o PER vai permitir “preservar postos de trabalho” e também “reorganizar responsabilidades financeiras”.

Entre os credores da empresa estão os bancos BCP, BBVA, Banco Montepio, Novobanco e BPI, de acordo com o processo que deu entrada no tribunal de Sintra – que, de resto, já nomeou Jorge Calvete como administrador judicial provisório.

O objetivo, remata a empresa: “Garantir que a empresa continua a servir os seus clientes, parceiros e fornecedores com qualidade e confiança”.

Um terço dos trabalhadores saiu nos últimos dois anos

Os últimos anos mostraram uma forte redução do negócio e também um significativo ajustamento dos quadros do Gato Preto num setor que está sob pressão. A rival Casa não resistiu aos problemas e seguiu mesmo para a insolvência na semana passada, encerrando as operações em Portugal e colocando o stock em leilão para fazer face às dívidas.

No caso do Gato Preto, com lojas físicas em Portugal e Espanha e uma loja online que vende também para França, a faturação caiu para metade desde 2022, atingindo os 21,3 milhões de euros no ano passado, contra os 40,2 milhões há três anos. Neste período, saíram 123 trabalhadores da empresa, praticamente um terço da força de trabalho que tinha há dois anos – empregava 241 trabalhadores no final do ano passado.

O ano de 2024 acabou mesmo por empurrar a retalhista de artigos para o lar para prejuízos de 14,9 milhões de euros, depois dos magros lucros de cerca de 100 mil euros em cada um dos dois exercícios anteriores.

Entretanto, já este ano, o acionista injetou 19 milhões de euros no capital da empresa através de um aumento de capital realizado por via conversão de suprimentos (empréstimos do acionista) em ações.

A operação de reforço do capital do Gato Preto teve lugar em março já com uma nova CEO, Mónica Brogueira, até então diretora de operação, na sequência da saída de Carolina Afonso.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Gato Preto avança para PER após quebra do negócio e prejuízos de 15 milhões no ano passado

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião