Preços das casas registam subida recorde com disparo de 17,2% no segundo trimestre

Preços das habitações sobem ao ritmo mais elevado de sempre mas não trava mercado. Foram transacionadas perto de 43 mil casas entre abril e junho, mais 15% relação ao ano anterior.

Os preços das casas cresceram ao ritmo mais elevado de sempre no segundo trimestre, depois de terem acelerado 17,2% em termos homólogos naquele período. Apesar da subida galopante dos preços, foram transacionadas perto de 43 mil habitações entre abril e junho, mais 15% em relação ao ano passado.

Tanto os preços das habitações existentes como das habitações novas registaram crescimentos recordes entre abril e junho, subindo 18,3% e 14,5%, respetivamente, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

A esta aceleração dos preços não serão alheias medidas de apoio aos jovens para a aquisição de casa como a garantia pública no crédito à habitação no valor de 1,2 mil milhões (e entretanto reforçada) e a isenção de IMT. E surge numa altura de alívio das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE), que facilita o acesso ao crédito bancário.

Preços das casas seguem imparáveis

Fonte: INE

Mais de 10 mil milhões em transações

O aumento recorde dos preços das casas não está a travar o mercado, ainda assim, com o número de casas transacionadas a subir 15,5% no segundo trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado, com o registo de 42.889 transações neste período — aproximando-se do recorde de mais de 45 mil casas transacionadas no quarto trimestre de 2021.

Por outro lado, pela segunda vez na história, o mercado ultrapassou a fasquia dos 10 mil milhões de euros de valor das habitações transacionadas num só trimestre — a primeira vez que superou aquela marca foi no quarto trimestre do ano passado.

O segundo trimestre confirmou ainda a tendência de reforço do peso dos compradores nacionais: quase 92% do volume de transações de alojamentos familiares tiveram compradores com domicílio fiscal em território nacional, acima dos 87% registados há dois anos. A União Europeia tem agora um peso de 3,5% e o resto do mundo de 4,5% — quando há dois anos era de 5% e 8%, respetivamente.

Bolha e crise imobiliária

Os preços das casas em Portugal estão a subir de forma quase ininterrupta na última década perante os alertas de uma bolha imobiliária no mercado e uma crise de oferta de habitação sem precedentes no país que os governos tardam em resolver, apesar dos vários pacotes de medidas lançados nos últimos anos para acelerar a construção de casas.

Na semana passada, o Governo anunciou uma linha de crédito junto do Banco Europeu de Investimento no valor de 1,34 mil milhões de euros para construir 12 mil habitações “num curto espaço de tempo” e aprovou ainda a venda de uma dezena de imóveis do Estado para dar lugar a novas habitações.

(notícia atualizada às 11h58)

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