Greve no porto de Sines com “consequências financeiras graves”. Grande cliente desvia navios para outros terminais

A empresa que gere a maior infraestrutura portuária do país refere que um dos principais clientes já retirou navios do terminal de Sines e avisa que a greve terá consequências em centenas de empregos.

A greve parcial no Porto de Sines, que arrancou esta segunda-feira, “está a ter consequências financeiras graves no Terminal XXI“. A gestora do maior porto do país fala em níveis de adesão à greve “mínimos”, mas diz que interrupção “provocou um rápido desvio de carga”, perturbações nas cadeias de abastecimento, danos reputacionais e financeiros, com impacto em centenas de empregos.

“A greve convocada pelo Sindicato SIEAP, que decorre entre 22 e 26 de setembro com uma paragem diária de 12 horas, está a ter consequências financeiras graves no Terminal XXI da PSA Sines”, adianta a empresa em comunicado enviado às redações.

Na mesma nota, a PSA Sines informa que, “face à instabilidade gerada, um dos principais clientes da PSA Sines retirou os seus navios do porto de Sines, transferindo operações para outros terminais”. “Embora a adesão à greve seja mínima, o desvio de volumes resultará num impacto financeiro substancial para a empresa, para o emprego de centenas de trabalhadores, bem como para a confiança dos mercados internacional e nacional no Porto de Sines”, atira.

A falar num evento que decorreu esta segunda-feira, onde adiantou que o “ano não vai ser tão bom” no porto de Sines, Pedro do Ó Ramos, presidente da APS – Administração dos Portos de Sines e Algarve, referiu que tinha conhecimento que a adesão no primeiro dia de greve estava a ser “muito fraca” — “e ainda bem”, completou.

Apesar de tanto a administração portuária como a gestora do porto falarem em níveis de adesão reduzidos, o Sindicato das Indústrias, Energia, Serviços e Águas de Portugal (SIEAP) disse na segunda-feira que a greve parcial dos trabalhadores da PSA Sines e Labor Sines estava a afetar “cerca de 50% das operações”. A PSA realça que “a greve provocou um rápido desvio de carga, perturbações nas cadeias de abastecimento, danos reputacionais para o porto e um aumento da pressão financeira sobre a PSA Sines“.

A empresa classifica este cenário como “ainda mais preocupante tendo em conta que a empresa tem cumprido integralmente os aumentos salariais acordados e mantém-se em diálogo construtivo com o Sindicato XXI, com quem assinou recentemente um acordo de entendimento e criou um grupo de trabalho dedicado à revisão de horários”, defende.

Para provar o seu compromisso em chegar a um entendimento com os colaboradores, a PSA Sines cita várias medidas implementadas desde janeiro, que incluem um aumento integral do IPC de 2,4% a todos os trabalhadores, progressões automáticas de todos os colaboradores e o pagamento, em setembro, de uma gratificação de 100 euros e duas refeições na cantina, “como reconhecimento pela marca histórica de 116.000 movimentos em julho”. Diz ainda que o Tribunal da Relação de Évora confirmou que o horário em vigor na empresa respeita integralmente a legislação laboral portuguesa.

“A PSA Sines mantém-se totalmente aberta ao diálogo e à construção de soluções conjuntas, mas considera que o processo negocial deve decorrer num ambiente livre de pressões externas ou de paralisações em curso, para que seja possível continuar a trabalhar em soluções equilibradas e responsáveis, que protejam os trabalhadores e assegurem a competitividade do porto”, remata a empresa no mesmo comunicado.

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