Farmacêuticas europeias valorizam com acordo entre Pfizer e Trump
Isenção de tarifas em troca de medicamentos mais baratos teve expressão deste lado do Atlântico. Empresas como a anglo-sueca AstraZeneca ou a alemã MSD disparam mais de 10%.
O acordo entre a farmacêutica norte-americana Pfizer e a Casa Branca funcionou como um verdadeiro remédio para as ações das empresas do setor. As farmacêuticas concorrentes subiram esta quarta-feira em bolsa na expectativa de que este seja apenas o primeiro de mais acordos com a administração Trump.
O índice das cotadas da saúde da Europa subiu 5,35% e não só atingiu o maior ganho percentual diário desde abril como liderou o Stoxx 600 Europe. Os disparos superaram os 10% nalgumas farmacêuticas, como a anglo-sueca AstraZeneca (+11,21% para 12.436 libras esterlinas) ou a alemã MSD (+10,05% para 120,45 euros).
A dinamarquesa Ambu ‘melhorou’ 9,29% para 101,2 coroas, a biofarmacêutica germânica Sartorius destacou-se com uma valorização de 11,32% para 175 euros, a suíça Roche fechou a sessão com uma subida 8,52% para 295,40 francos e a francesa Sanofi subiu 8,44% para 85,18 euros na bolsa de Paris. Em Wall Street, por volta das 18h30, a Novo Nordisk somava 6,36% para 59,02 dólares e a Novartis 2,34% para 131,24 dólares.
Por detrás destes ganhos está o aperto de mãos entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o CEO da Pfizer, Albert Bourla, que ocorreu esta terça-feira em Washington D.C. A farmacêutica que se tornou mediática no pós-pandemia por causa das vacinas comprometeu-se em reduzir os preços dos medicamentos prescritos no programa Medicaid, para a população com menores rendimentos, em troca de isenção de tarifas.
Os analistas e investidores contactados pela agência Reuters explicaram que o acordo – mas sobretudo as expectativas de que outros venham a seguir – reduziram a incerteza que tem marcado as farmacêuticas ao longo deste ano devido à guerra comercial. Segundo especialistas do JP Morgan, este contrato funcionou como “um termómetro em potencial para o setor que, prevemos, provavelmente será replicado pelas empresas farmacêuticas da União Europeia”.
Nota: Se está a aceder através das app, carregue aqui para abrir o gráfico
As valorizações em bolsa ocorrem precisamente na data em que entraram em vigor as novas taxas alfandegárias de 100% à importação de alguns medicamentos, mais concretamente os “de marca ou patenteados” que sejam produzidos fora dos Estados Unidos. No acordo com a União Europeia, que definiu a tarifa geral de 15%, os genéricos foram considerados como exceções e conquistaram taxas nulas (ou quase nulas).
Site para medicamentos com desconto chega em 2026
No passado mês de julho, Donald Trump enviou cartas a 17 farmacêuticas a pedir que baixassem os valores, de forma a ficarem equiparados aos que são praticados fora nos Estados Unidos, e pediu que respondessem com compromissos vinculativos até 29 de setembro. A Pfizer cumpriu os alertas da missiva e foi a primeira a fechar um acordo.
Esta quarta-feira Donald Trump anunciou ainda a criação de um website chamado “TrumpRx”, que será lançado em 2026, para os consumidores norte-americanos poderem comprar medicamentos a preços com desconto. “Os Estados Unidos deixaram de subsidiar os cuidados de saúde do resto do mundo. Ao dar este passo ousado, estamos a acabar com a era da subida global dos preços à custa das famílias americanas”, disse o presidente norte-americano.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Farmacêuticas europeias valorizam com acordo entre Pfizer e Trump
{{ noCommentsLabel }}