BRANDS' ECO Crescimento e volatilidade nos mercados no segundo semestre de 2025
Este ano voltou a ser marcado por recordes históricos atingidos no S&P 500, mas as boas notícias também se verificaram em Portugal - o PSI disparou 22% nos primeiros seis meses, mas há desafios.
O segundo semestre de 2025 arrancou com sinais mistos nos mercados financeiros internacionais. Enquanto o índice norte-americano S&P 500 continua a desafiar máximos históricos, as gigantes tecnológicas conhecidas como Magnificent Seven mantêm o protagonismo, embora com desempenhos divergentes, e com a sombra de novos players de Inteligência Artificial (IA).
Em Portugal, o PSI (Portuguese Stock Index) regista uma valorização robusta, refletindo a resiliência da economia nacional, e acaba de reintegrar a construtora Teixeira Duarte que, após alguns anos fora da principal montra nacional, valorizou 470% desde o início do ano. Na Semana Mundial do Investidor, o ECO, com apoio da XTB, faz uma análise do que se pode esperar para o segundo semestre deste ano.
S&P 500: Otimismo com reservas
O S&P 500, principal barómetro da bolsa norte-americana, iniciou o segundo semestre com uma valorização acumulada superior a 15% desde janeiro. Segundo previsões de diferentes analistas, o índice poderá atingir os sete mil pontos até dezembro, caso se mantenha o ritmo de crescimento dos lucros por ação.
O regresso a máximos históricos durante o primeiro semestre explica-se pela redução (pelo menos temporária) de algumas incertezas, entre as quais o progresso das negociações comerciais e o desanuviar de algumas das tensões no Médio Oriente, o que restaurou alguma confiança nos investidores.
Contudo, os mesmos analistas alertam para riscos técnicos e alguma volatilidade relacionada com questões geoestratégicas. A zona de suporte crítica deste índice situa-se nos 4.813 pontos, o que significa que uma quebra abaixo deste nível poderá indicar o início de um mercado de baixa. O intervalo de avaliação atual oscila entre os 6.195 e os 6.343 pontos, com um ponto médio em 6.269.
Magnificent Seven a duas velocidades
As sete gigantes tecnológicas – Apple, Microsoft, Alphabet, Amazon, Meta, Nvidia e Tesla – continuam a representar cerca de 35% da capitalização do S&P 500. Em conjunto, estas empresas, conhecidas como Magnificent Seven, ultrapassam os 17,6 biliões de euros em valor de mercado.
O desempenho, no entanto, é desigual, com a Meta, Microsoft e Nvidia a liderarem os ganhos, impulsionadas pela corrida à inteligência artificial. Por outro lado, Apple e Tesla debatem-se com correções em baixa, que refletem preocupações com a desaceleração da inovação e os desafios regulatórios. Em comum, as sete contam com um novo desafio que se materializa pela chegada e pelo crescimento bolsista de novas empresas que têm a IA no seu core.
Ainda assim, e segundo dados da Bloomberg Intelligence, os lucros das Magnificent Seven deverão crescer mais de 15% em 2026, suportados por um crescimento de receitas na ordem dos 13%. As restantes empresas presentes no S&P 500, e de acordo com a mesma fonte, deverão apresentar um aumento de 13% nos lucros e 5,5% na receita no próximo ano.
Outro dos alertas dos analistas quanto ao peso das sete empresas neste índice está relacionado com a sustentabilidade do crescimento e o risco sistémico em caso de correção abrupta.
PSI cresce com sustentabilidade
O índice português registou uma valorização acumulada de 21,8% nos primeiros oito meses de 2025, com o mês de agosto a marcar a subida aos oito mil pontos, algo que não se via desde 2011. Este desempenho positivo reflete o bom desempenho de empresas como, por exemplo, o BCP, que acumula ganhos superiores a 50% desde janeiro.
A Euronext Lisboa confirma que a composição do índice se mantém estável, com 16 empresas cotadas. Entre os destaques estão a Galp Energia e a EDP Renováveis, que beneficiam da transição energética e da recuperação da procura global.
Com os bancos centrais a manterem cautela na política monetária e os investidores atentos à evolução da inflação e dos conflitos geopolíticos, o segundo semestre promete ser marcado por temas relevantes. Entre eles, o crescimento moderado registado nos Estados Unidos, com particular foco na tecnologia e energia, mas também a estabilidade dos mercados europeus, em especial no setor energético.
Como sempre, o mercado é feito de riscos e isso significa que o mais importante é apostar em diversificação e análise fundamental para orientar decisões de investimento.
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