Sondagem. Para onde vão os votos que já foram de Rui Moreira no Porto?
Um terço para um, um quinto para outro e muitos indecisos, mostra sondagem da Pitagórica. Rui Moreira chegou ao limite de mandatos e os candidatos à sucessão tentam captar o seu eleitorado.
Após a vitoria surpreendente em 2013 com 39% dos votos, Rui Moreira conseguiu renovações em 2017 (44,5%) e em 2021 (com 40,2%) para ficar à frente da Câmara Municipal do Porto (CMP) durante 12 anos. Atingiu o período máximo que a lei permite e marcou uma era na capital do Norte, mas, talvez por ser independente, não declarou apoio, pelo menos de forma oficial, a qualquer dos candidatos que o quer suceder.
A corrida no Porto está renhida, segundo uma sondagem da Pitagórica para a TVI/CNN, ECO, TSF, JN e Nascer do Sol, e vários candidatos querem herdar os benefícios do ‘moreirismo’. Seja através do recrutamento de antigos membros das equipas do autarca para a campanha eleitoral, da colagem da imagem à obra feita, ou da simples ausência de críticas ao desempenho nos três mandatos, o objetivo é captar os votos que têm sido de Moreira nas últimas eleições. Mas quem irá conseguir esses votos?
Pedro Duarte (PSD/CDS-PP/IL): 33,1%
Segundo o inquérito, praticamente um terço dos sondados que votaram em Rui Moreira em setembro de 2021 vão transferir esse voto para Pedro Duarte. O candidato apoiado por PSD, CDS-PP e IL é amigo pessoal de Moreira, mas tem desvalorizado a ausência de apoio (pelo menos vocal) do ainda presidente da CMP.
A estratégia de Pedro Duarte tem sido de preencher a estrutura da campanha e da candidatura com nomes fortes dos mandatos de Moreira, para mostrar continuidade e experiência. A número dois da lista é Catarina Ramos, vereadora para a Saúde e Qualidade de Vida, Juventude e Desporto e dos Recursos Humanos, Serviços Jurídicos e Proteção Civil. Na direção da campanha de Pedro Duarte está Francisco Ramos, antigo presidente do movimento cívico de Rui Moreira, cujas campanhas também dirigiu. A comunicação está a cargo de Vasco Ribeiro, que foi chefe de gabinete de Moreira no último mandato.
Manuel Pizarro (PS): 20,4%
O candidato socialista também tem optado pela estratégia dupla para ganhar os votos que no passado foram para Rui Moreira: o recrutamento e o elogio. Em agosto, por exemplo, o antigo ministro da Saúde de António Costa anunciou a escolha do independente Fernando Paulo, até essa altura vereador de Rui Moreira na CMP, como número dois na lista.
Manuel Pizarro foi vereador no primeiro mandato de Moreira, com os pelouros da Habitação e da Ação Social, período que apresenta como de sucesso na autarquia, promovendo a sua ligação ao ‘moreirismo’ e evitando críticas.
Filipe Araújo: 10,4%
No último lugar do pódio da corrida para captar os eleitores de Rui Moreira está, segundo o inquérito, Filipe Araújo. O candidato independente tem uma ligação muito forte com o autarca, tendo sido seu vice nos segundo e terceiro mandatos e com responsabilidades abrangentes como Finanças, Emprego e Empreendedorismo; Ambiente e Transição Climática; e Inovação e Transição Digital.
Em entrevista publicado no Diário Noticias esta terça-feira, Araújo resumiu a posição: “Intimamente, sempre senti o apoio de Rui Moreira“, disse. “Não por acaso, escolheu-me para seu vice-presidente”.
Indecisos: 23,4%
Sem o ‘guidance‘ do presidente cessante e com uma lista de 11 candidatos no boletim de votos este domingo, é pouco surpreendente que os portuenses que votaram em Rui Moreira em 2021 estejam ainda indecisos. Segundo a sondagem da Pitagórica, quase um quarto desses eleitores ainda está por escolher a preferência.
Ficha técnica:
Sondagem realizada pela Pitagórica para a TVI, CNNPortugal, ECO, TSF e JN e Nascer do Sol, com o objetivo de avaliar a opinião dos eleitores recenseados no concelho de Lisboa sobre temas relacionados com o município. O trabalho de campo decorreu entre os dias 29 de setembro e 4 de outubro de 2025.
A amostra foi recolhida de forma aleatória junto de eleitores recenseados no concelho de Porto e foi devidamente estratificada por género, idade e freguesia. Foram realizadas 1229 tentativas de contacto, para alcançarmos 625 entrevistas efetivas, pelo que a taxa de resposta foi de 50,85%. As 625 entrevistas telefónicas recolhidas correspondem a uma margem de erro máxima de +/-4,00% para um nível de confiança de 95,5%.
A distribuição de indecisos é feita de forma proporcional.
A direção técnica do estudo é da responsabilidade de Rita Marques da Silva. A ficha técnica completa, bem como todos os resultados, foram depositados junto da ERC – Entidade Reguladora da Comunicação Social que os disponibilizará para consulta online.
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