Exclusivo Governo autorizou nova frota de carros para diretores do Banco de Fomento
Processo de aluguer de viaturas foi "devidamente aprovado em sede de Plano de Atividade e Orçamento para 2025, estando a despesa devidamente autorizada pelas tutelas financeira e setorial", diz o BPF.
O Banco de Fomento lançou um concurso público para renovar a frota de automóveis da direção. Em causa estará o aluguer de longa duração de 23 veículos desportivos. Em declarações ao ECO, fonte oficial do banco assegura que a renovação da frota foi autorizada pela tutela e é justificada pelo “crescimento de colaboradores” da instituição e “do aumento do prazo de aluguer de quatro para cinco anos”.
“O processo de aluguer de viaturas foi devidamente aprovado em sede de Plano de Atividade e Orçamento para 2025, estando a despesa devidamente autorizada pelas tutelas financeira e setorial, após emissão de parecer prévio favorável pela antiga Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Público Empresaria (UTAM), atual Entidade do Tesouro e Finanças (ETF)”, explica fonte oficial da instituição liderada por Gonçalo Regalado.
O ECO questionou o Banco de Fomento sobre o que justifica a necessidade de alugar 23 viaturas e o tipo de viaturas escolhido, tendo em conta que ainda está em vigor um contrato de aluguer de longa duração de oito viaturas. “O aumento do número de viaturas e do seu custo global decorre do crescimento de colaboradores do BPF e do aumento do prazo de aluguer de quatro para cinco anos”, respondeu o banco.
O processo de aluguer de viaturas foi devidamente aprovado em sede de Plano de Atividade e Orçamento para 2025, estando a despesa devidamente autorizada pelas tutelas financeira e setorial.
O Banco de Fomento vai desembolsar perto de 1,2 milhões de euros (981 mil euros, acrescido de IVA) para o aluguer de longa duração de 21 viaturas para dirigentes de topo, por cinco anos, e mais duas de luxo por quatro anos, que incluirão vários extras, noticiou o Página 1, que divulga o caderno de encargos do concurso público internacional para o contrato de aluguer de viaturas de longa duração e respetivos serviços associados, que não está disponível no Portal Base.
O banco justifica que o procedimento de contratação da frota automóvel mediante concurso público foi publicado no Jornal Oficial da União Europeia, no Diário da República e na plataforma de contratação pública da Vortal”. Neste momento decorre a “fase de apresentação de propostas, não existindo ainda contrato assinado”, explica a mesma fonte, sem revelar qual o montante da despesa autorizada.
Por outro lado, recorda que a “figura do aluguer de viaturas sempre foi política” do banco. “As viaturas são usadas para a mobilidade e condições de trabalho das equipas para as deslocações em serviço”, acrescenta fonte oficial.
Atualmente, os diretores do banco têm como carros de serviço Toyota Corolla (viaturas tipo Segmento C híbrida passageiros) que têm extras como ar condicionado, câmara de estacionamento traseira, jantes de liga leve de 16 polegadas e ecrãs multimédia de 10,5 polegadas. O concurso agora lançado, em vários lotes, tem como categoria mais baixa SUV ligeiro de passageiros híbrido Plug-in/Gasolina, volante desportivo, bancos dianteiros desportivos, interiores de combinação de alcântara M/Veganza, preto/pesponto de contraste em azul.
A diferença de modelos face aos atuais é justificada pela opção ter recaído em veículo “híbridos plug-in, com baixas emissões, e mais eficientes, representando uma aposta em soluções mais verdes e ecológicas”.
A renovação da frota do banco levou o Partido Socialista a questionar o Ministério da Economia e Coesão Territorial sobre a “racionalidade e proporcionalidade da afetação de recursos” desta instituição financeira pública. O PS considera que “decisões desta natureza podem comprometer a credibilidade da instituição e afetar negativamente a confiança dos empresários, dos contribuintes e da opinião pública em geral”.
Até porque recordam um episódio semelhante quando a TAP encomendou 50 viaturas BMW para a administração e diretores para substituir a frota de Peugeot ao abrigo de um contrato de renting operacional. Os novos veículos híbridos plug-in tinham um valor de mercado entre os 52 e os 65 mil euros. A companhia aérea acabou por recuar na decisão.
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