“Excedente é curto, mas há uma tática”, diz Marcelo: “Apertar os cordões à bolsa”
Chefe de Estado diz que a "táctica" do Governo ao prever um excedente de 0,1% do PIB para 2026 é "apertar os cordões à bolsa" no debate orçamental.
O Presidente da República disse, esta quinta-feira, que o “risco de um défice é muito baixo” na proposta do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026). Em visita à Estónia, para participar nos Encontros de Arraiolos, Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que o “excedente é curto, mas há uma táctica”, que é “apertar os cordões à bolsa” no debate orçamental.
O Governo prevê um excedente orçamental de 0,1% do PIB no próximo ano e o próprio ministro das Finanças disse, na conferência de imprensa de apresentação do OE2026, que existe uma margem “próxima de zero” para acolher as propostas da oposição. O Presidente explica a “tática” do executivo.
“A tática é esta: ir para o debate orçamental apertando os cordões à bolsa, a dizer ‘nós estamos aqui muito apertados, é muito difícil realmente abrir muito e aceitar muitas propostas, este é um orçamento muito esquemático’“, disse aos jornalistas, antes de acrescentar que, caso contrário, “numa perspetiva de muita folga, isso pode querer dizer depois exigências” incomportáveis.
Em reação ao documento orçamental, Marcelo disse ainda que “há almofada suficiente para não haver défice” no próximo ano e relativizou a proposta de OE. “Era um segredo que não era segredo”, afirmou, antes de acrescentar que a proposta do Governo é “muita esquemática, reduzida ao fundamental para passar no Parlamento”. Quanto “mais simples, menos polémico”, rematou o chefe de Estado.
Marcelo indicou que “o Governo decidiu antecipar um dia” a antecipação do OE2026 provavelmente por “pensar que era ofuscado pela ponta final da campanha” para as eleições autárquicas.
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