Ouro ganha tração a caminho dos 5.000 dólares no próximo ano

O ouro continua a brilhar, apoiado por uma onda de revisões otimistas de Wall Street que antecipam a continuação da escalada em 2026, refletindo a forte procura e uma política monetária favorável.

O ouro voltou a renovar um novo máximo esta segunda-feira, tendo negociado acima dos 4.080 dólares por onça ao final desta manhã. Com uma valorização de 1,5% no arranque da semana, o metal dourado consolida uma trajetória ascendente que já se prolonga há meses e parece não mostrar sinais de abrandamento, que está a ser acompanhado por uma onda de revisões por parte das principais casas de investimento para o próximo ano.

A revisão em alta das previsões para o preço do ouro tornou-se prática comum entre os analistas de Wall Street desde meados de setembro. O Bank of America é o último a juntar-se a esta tendência, elevando a sua estimativa para o próximo ano de 4.438 dólares para 5.000 dólares por onça, numa média anual que rondará os 4.400 dólares, segundo uma notava enviada aos seus clientes esta segunda-feira.

Esta atualização surge numa altura em que o consenso do mercado aponta para uma continuação da procura estrutural pelo ouro, impulsionada por fatores que vão desde a política monetária americana até às compras dos bancos centrais.

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O Goldman Sachs destacou-se como uma das vozes mais otimistas, elevando recentemente a sua previsão para dezembro de 2026 dos anteriores 4.300 dólares para 4.900 dólares por onça. A justificação do banco de investimento assenta na expectativa de que um aumento de 14% na procura por investimento – semelhante ao verificado este ano – possa catapultar o ouro para um preço médio de 4.525 dólares ao longo do próximo ano, 33% acima da média prevista para este ano.

“A perspetiva de risco para a nossa previsão revista do preço do ouro mantém-se inclinada para cima”, refere o Goldman Sachs, numa nota de research, sublinhando que a diversificação do setor privado no relativamente pequeno mercado de ouro poderá levar as participações em ETF para além dos níveis previstos pelos seus modelos de taxa de juro.

A revisão generalizada em alta das previsões por parte das casas de investimento reflete um conjunto de fatores estruturais que têm sustentado a procura pelo ouro.

Numa nota de 3 de outubro, o UBS aponta para que a onça possa negociar nos 4.200 dólares nos próximos meses. No mesmo dia, o HSBC reviu também em alta a cotação para o metal dourado, atribuindo um preço médio de 3.950 dólares em 2026, 17,7% acima do preço médio previsto para este ano, além de apontar para uma cotação média de 3.600 dólares em 2027 (face aos 2.925 dólares previstos anteriormente) e introduziu uma previsão de 3.330 dólares em 2028.

Também com uma revisão em alta seguem as novas previsões dos bancos alemães Commerzbank e Deutsche Bank. No caso do Commerzbank, numa nota de 7 de outubro, os analistas apontam para um preço médio de 4.000 dólares para este ano e atribuem um preço-alvo de 4.200 dólares para o próximo.

No caso do Deutsche Bank, numa nota de 17 de setembro, os seus analistas elevaram também as suas estimativas para o metal dourado, apontando agora para uma cotação média de 4.000 dólares no próximo ano (face aos 3.700 dólares previstos anteriormente), além de estimarem que a onça possa chegar aos 4.300 dólares no quarto trimestre em 2026.

A revisão generalizada em alta das previsões por parte das casas de investimento reflete um conjunto de fatores estruturais que têm sustentado a procura pelo ouro. As compras massivas por parte dos bancos centrais representam um dos pilares fundamentais desta tendência, com a demanda oficial atualmente no dobro da média quinquenal, impulsionada principalmente pela China.

Paralelamente, o contexto de política monetária expansiva nos EUA, com a expectativa de novos cortes de juros pela Reserva Federal (Fed), torna o ouro mais atrativo face a ativos remunerados. A fraqueza do dólar americano e as tensões geopolíticas persistentes completam um cenário favorável para o metal precioso, como as ameaças tarifárias renovadas de Donald Trump contra a China também contribuem para manter elevada a procura por proteção.

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