IL anuncia voto contra um orçamento “pouco ambicioso” e “ganancioso para o Estado”

  • Lusa e ECO
  • 27 Outubro 2025

Presidente da Iniciativa Liberal acusou o Executivo de Luís Montenegro de anunciar "dez ilusões" no OE2026, como redução da carga fiscal, a reforma do Estado ou a resposta à crise da habitação.

A presidente da IL, Mariana Leitão, anunciou esta segunda-feira que o seu partido votará contra a proposta de Orçamento do Estado para 2026, na generalidade, acusando o Governo de apresentar um documento “pouco ambicioso” e “ganancioso para o Estado”.

“O país não tem tempo para adiar as medidas que precisa, este Orçamento infelizmente não resolve o problema das pessoas, que era essencial que resolvesse, e é por isso que a IL vai votar contra este Orçamento na generalidade“, anunciou a líder da IL numa conferência de imprensa, na Assembleia da República, horas antes do início do debate em plenário da proposta orçamental apresentada pelo Governo.

Mariana Leitão argumentou que o Orçamento do Estado para 2026 proposto pelo Governo é “pouco ambicioso para os portugueses o país” e é “muito ganancioso” para o Estado, e acusou o executivo de anunciar “dez ilusões”, como redução da carga fiscal, a reforma do Estado ou a resposta à crise da habitação.

O país não tem tempo para adiar as medidas que precisa, este Orçamento infelizmente não resolve o problema das pessoas, que era essencial que resolvesse, e é por isso que a IL vai votar contra este Orçamento na generalidade.

Mariana Leitão

Em entrevista ao ECO, em setembro, a presidente da IL já tinha sinalizado a possibilidade do partido votar contra a proposta orçamental. “Não gosto de estar a comprometer-me com sentidos de voto sem ver ainda o documento, mas se não trouxer diferenças substanciais em relação ao ano passado, que não é previsível que traga, é muito difícil para a Iniciativa Liberal viabilizar um documento nessas condições“, disse.

Questionada sobre se há abertura para o partido mudar o sentido de voto após a discussão na especialidade, a presidente da IL garantiu que o “partido não tem problema nenhum em rever o sentido de voto na votação final” se houver alterações significativas que respondam aos problemas dos portugueses, mas acrescentou que “esse é um cenário um pouco idílico”, sobre o qual “tem algumas dúvidas de que se venha a materializar”.

Esta segunda-feira, considerou que esta é uma proposta que não só não baixa os impostos, como até os aumenta, exemplificando que as alterações nos escalões do IRS não são suficientes para “neutralizar o aumento dos salários” e as atualizações no IMT não compensam a subida do preço das casas. “Mesmo quando finge reduzir, o Governo cobra mais, é o truque habitual, chama-lhe alívio, mas na prática cobra mais”, afirmou.

A presidente da IL acusou também o Governo de iludir quando fala de um orçamento rigoroso, argumentando que “o documento está cheio de artigos copiados de anos anteriores, alguns com a data de 2012 ou até mesmo de 2004”, que revelam “displicência” do executivo na sua elaboração. Entre as “ilusões” presentes no documento, a presidente da IL elencou ainda as promessas do Governo de que este é um orçamento que permite avançar com grandes projetos estratégicos, cumpre os compromissos com os portugueses, tem ambição e que prepara o futuro.

“É um orçamento para gerir o presente, para tentar enganar o país. Não devolve rendimento, não reforma o Estado, não desbloqueia casas. Portugal precisava de facto de um orçamento que libertasse o país do peso do Estado, que desse espaço às famílias e às empresas. O que temos é o oposto, mais despesa, mais impostos, mais dependência, mais estagnação e o Governo chama a isto futuro”, atirou.

Mariana Leitão disse também que “este orçamento é em tudo semelhante ao orçamento do ano anterior e aos que o antecederam”, conseguindo “em algumas matérias ser ainda pior”, nomeadamente quando se “compara aquilo que este Governo prometeu” e o que consta no documento.

A Assembleia da República começa esta segunda-feira a debater em plenário a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2026, que tem aprovação garantida na generalidade, com a abstenção do PS. O debate arranca, às 15 horas, com uma intervenção do primeiro-ministro, numa tarde em que a discussão do documento tem 249 minutos previstos, embora os partidos possam antecipar ou transferir parte do tempo para terça-feira.

(Notícia atualizada às 12h32)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

IL anuncia voto contra um orçamento “pouco ambicioso” e “ganancioso para o Estado”

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião