Consumo continua a dar ajuda à economia. PIB deverá ter crescido entre 1,9% e 2,3% no 3º trimestre
INE divulga esta quinta-feira os dados do terceiro trimestre. Economistas destacam contributo esperado do consumo privado e, em menor grau, do investimento.
A economia portuguesa deverá ter crescido entre 1,9% e 2,3% no terceiro trimestre, em termos homólogos, uma aceleração face aos 1,8% registados no segundo trimestre, impulsionada pelo consumo, de acordo com a generalidade dos economistas.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga esta quinta-feira os dados relativos ao desempenho da economia nacional entre julho e setembro, depois do Produto Interno Bruto (PIB) ter subido 1,8% na variação homóloga e 0,7% na comparação em cadeia entre abril e junho.
Apesar da aceleração do crescimento homólogo esperado, a generalidade das previsões das instituições económicas revela na comparação em cadeia um ligeiro abrandamento, num intervalo que varia entre 0,3% e 0,8%.
Economia portuguesa cresceu 1,8% em termos homólogos no segundo trimestre e 0,7% na comparação trimestral.
A equipa do BPI Research é desde logo a mais otimista, apontando para uma taxa de crescimento do PIB homóloga de 2,3% e trimestral de 0,8%. Mas é na variação de 2,2% e 0,6%, respetivamente, que existe maior convergência, com três entidades a projetarem estes valores: CIP/ISEG, Millennium bcp e Católica-Lisbon Forecasting Lab – NECEP.
O Barómetro de Conjuntura Económica CIP/ISEG atribui o desempenho ao contributo da procura interna, sobretudo uma “evolução muito positiva do consumo privado, impulsionado pelo reforço do rendimento disponível das famílias, para o qual as medidas orçamentais aprovadas, o dinamismo do mercado de trabalho e os menores custos de financiamento terão contribuído de forma decisiva”.
O ISEG justifica que os dados de atividade disponíveis permitem antecipar um desempenho muito positivo, em termos homólogos, do comércio a retalho, exemplificando que as vendas trimestrais de automóveis ligeiros de passageiros e de mercadorias cresceram, respetivamente, 14,7% e 7% em termos homólogos. Paralelamente, a produção industrial também regista um bom comportamento.
A projeção de 2,2% de crescimento homólogo e 0,6% em cadeia é partilhada pela equipa de research do Millennium bcp, que atribui igualmente a explicação ao consumo. “A procura interna terá acelerado no terceiro trimestre, beneficiando de crescimentos robustos da parte do consumo privado e da formação bruta de capital fixo, acompanhados pelo crescimento dos gastos públicos“, referem.
Porém, apesar do Barómetro CIP/ISEG assinalar que “a execução dos fundos previstos no quadro do PRR deverá traduzir-se num reforço do ritmo de crescimento homólogo do investimento público e privado”, o Fórum para a Competitividade destaca “os indicadores de consumo permaneceram significativos, os do investimento nem tanto, em particular a construção, e as exportações iniciaram o trimestre em queda”.
O Fórum é assim ligeiramente menos otimista e aponta para uma expansão homóloga do PIB entre 1,9% e 2,1% e em cadeia entre 0,3% e 0,5%.
A procura externa poderá assim continuar a contribuir negativamente para o crescimento do PIB no terceiro trimestre, segundo o Millennium bcp, assinalando uma queda das exportações face ao trimestre anterior, enquanto as importações deverão voltar a crescer.
No entanto, o Governo espera que as exportações recuperem no segundo semestre. “Para a segunda metade do ano, antecipa-se uma aceleração do PIB, decorrente da manutenção de um crescimento robusto da procura interna e de alguma recuperação das exportações após o comportamento fraco registado no primeiro semestre”, pode ler-se no relatório do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), no qual prevê um crescimento económico de 2%, depois de uma taxa de 2,1% em 2024.
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