Madrid consolida a sua liderança como a comunidade com menor tempo de espera para cirurgias

  • Servimedia
  • 12 Novembro 2025

Com os tempos de espera mais baixos de Espanha, a região mantém a sua liderança em eficácia cirúrgica e cuidados especializados, de acordo com o último relatório SISLE do Ministério da Saúde.

Madrid volta a liderar o país em gestão sanitária.

A evolução das listas de espera no Sistema Nacional de Saúde durante o primeiro semestre de 2025 é positiva na Comunidade de Madrid (CAM), de acordo com os últimos dados do Sistema de Informação sobre Listas de Espera (SISLE), publicados pelo Ministério da Saúde. Madrid continua a ser a comunidade espanhola com o menor tempo de espera em todo o território nacional para intervenções cirúrgicas, com 49 dias de demora média, muito abaixo da média nacional de 118,6 dias – ou seja, quase 70 dias a menos – à frente de outras comunidades como a Catalunha, que atinge os 148 dias, ou a Andaluzia, com 160.

O número de pacientes em lista de espera cirúrgica em Madrid também mostra uma evolução positiva: passou de 73.436 para 70.971 pessoas entre dezembro e junho. Uma redução que se traduz numa taxa de 9,96 pacientes por cada mil habitantes, contra a média de 17,35 do SNS. Ou seja, Madrid tem praticamente metade dos pacientes em lista de espera estrutural do que o conjunto do país e consegue manter um equilíbrio estável, mesmo num contexto de maior procura de cuidados de saúde. Resultados que, segundo a Secretaria de Saúde da CAM, se devem a um planeamento mais eficiente das cirurgias, à coordenação entre hospitais públicos e convencionados e ao uso de ferramentas digitais que permitem monitorizar os tempos de espera e redistribuir a carga de trabalho em função da capacidade disponível.

GESTÃO CIRÚRGICA

No âmbito cirúrgico, a comparação entre o SISLE de dezembro de 2024 e o de junho de 2025 reflete um comportamento desigual entre as comunidades, embora com uma melhoria generalizada na redução dos tempos em todo o Sistema Nacional de Saúde. O número total de pacientes à espera de uma operação diminui em mais de treze mil pessoas e o tempo médio de espera reduz-se para 118,6 dias. No entanto, o verdadeiro salto de qualidade é observado em Madrid, onde os indicadores se mantêm em números recorde, com a espera média mais baixa e uma percentagem de pacientes com mais de seis meses de espera praticamente nula: apenas 0,5% contra 19,6% da média nacional.

Na Catalunha, um em cada três pacientes espera há mais de meio ano pela sua intervenção, enquanto Madrid quase não regista atrasos prolongados. O seu tempo médio não só é o mais baixo do país, como também o mais estável, sem picos sazonais nem acumulação de casos críticos de longa duração. Na prática, a maioria das especialidades cirúrgicas madrilenhas tem tempos de resolução inferiores a dois meses, com valores como 45 dias em Oftalmologia, 52 em Otorrinolaringologia, 53 em Traumatologia e 45 em Cirurgia Geral e Digestiva.

Mesmo nas três especialidades cirúrgicas com maior demora média no conjunto do Sistema Nacional de Saúde – Cirurgia Plástica, Neurocirurgia e Angiologia e Cirurgia Vascular – Madrid apresenta melhores resultados. Em Cirurgia Plástica, os pacientes em Espanha esperam em média 259 dias, enquanto que na CAM o tempo é reduzido para 51 dias, o que representa 208 dias a menos. Em Neurocirurgia, a diferença também é muito significativa: a média nacional é de 173 dias, contra 56 dias em Madrid, ou seja, 117 dias a menos. E em Angiologia e Cirurgia Vascular, onde o conjunto do país regista uma média de 160 dias, Madrid consegue reduzir a espera para 64 dias, 96 a menos que a média nacional.

CAPACIDADE ASSISTENCIAL

As listas de espera para consultas externas também mostram avanços notáveis e confirmam uma tendência de redução constante nos últimos exercícios. Num contexto nacional em que os pacientes esperam em média 96 dias para serem atendidos por um especialista, em Madrid o número reduz-se para 63 dias, o que representa mais de um mês a menos de espera (33 dias). A região também conseguiu reduzir o tempo de espera em relação ao SISLE anterior em nove dias.

Em junho de 2025, as três especialidades com maior tempo médio de espera para uma primeira consulta no Sistema Nacional de Saúde foram Dermatologia, Traumatologia e Neurologia. Em toda a Espanha, os pacientes esperaram em média 121 dias em Dermatologia, 114 em Traumatologia e 111 em Neurologia. Em contrapartida, a CAM registou tempos muito inferiores: menos 57 dias em Dermatologia, menos 51 em Traumatologia e menos 48 em Neurologia. Uma diferença que coloca Madrid como uma das comunidades mais eficientes também na assistência ambulatória especializada, com um sistema capaz de absorver a elevada procura e manter prazos muito abaixo da média nacional, mesmo nas áreas mais tensionadas do sistema de saúde público.

A implementação de ferramentas de agendamento inteligente foi fundamental neste processo. Através de algoritmos que ajustam as agendas dos profissionais em função da procura e das ausências, o sistema permite redistribuir as consultas automaticamente e otimizar a assistência sem aumentar a carga assistencial. Os centros hospitalares de Madrid incorporaram, além disso, sistemas de priorização que garantem uma assistência mais rápida nos casos de maior complexidade ou risco clínico, o que reforça a perceção de equidade e confiança no sistema público.

TECNOLOGIA

A digitalização está por trás de muitos dos avanços na área da saúde em Madrid, impulsionados pelo crescimento da telemedicina, que se consolidou como uma ferramenta de uso diário em especialidades como Dermatologia, Endocrinologia ou Psiquiatria, onde mais de 25% das primeiras consultas são realizadas de forma telemática. Esta modalidade permite resolver patologias leves ou revisões sem deslocações desnecessárias e liberta tempo dos especialistas para atender os casos que requerem presença física. Paralelamente, a melhoria da comunicação entre os cuidados primários e hospitalares reduziu os encaminhamentos, ao habilitar canais de interconsulta rápida que permitem resolver dúvidas clínicas em menos de 48 horas.

A Comunidade de Madrid conseguiu estabilizar a sua taxa de pacientes à espera de uma primeira consulta em 112,14 por cada mil habitantes, enquanto outras regiões como a Catalunha e a Andaluzia apresentam valores mais elevados, de 68,6 e 100,75, respetivamente.

A região enfrenta agora o desafio de manter esses níveis de eficiência em um cenário de crescimento demográfico e envelhecimento da população. Para isso, a Secretaria de Saúde já está trabalhando em novos programas de cirurgia ambulatorial, ampliação de salas de cirurgia e automação de processos de agendamento e acompanhamento.

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