Influencer. MP prevê investigação até 2027 e negou consulta do processo a Costa por quatro vezes
Procuradores prevêem que a investigação demore mais dois anos. António Costa pediu para consultar o processo por quatro vezes, todas recusadas pelo Ministério Público, que alegou “segredo de justiça”.
A investigação da Operação Influencer poderá terminar apenas em 2027, segundo a previsão adiantada em junho pelos procuradores do processo, em resposta a pedidos de aceleração da investigação feitos por alguns arguidos, avança esta sexta-feira o Correio da Manhã (acesso pago). Os pedidos foram rejeitados pelo Procurador-Geral da República, Amadeu Guerra, após ouvir os magistrados responsáveis pela investigação.
Entre os motivos invocados pelos procuradores — que não se encontram em exclusividade, tendo outros processos em mãos — para preverem um prazo de dois anos até à conclusão da investigação incluem-se o elevado volume de informação recolhida nas buscas realizadas em novembro de 2023, bem como a falta de meios para a respetiva análise.
A Operação Influencer começou como um megaprocesso, investigando suspeitas em negócios de lítio, hidrogénio e no centro de dados, em Sines, mas acabou dividida em três inquéritos, cada um deles relativo a um dos temas em investigação. Isto obrigou a uma separação das provas recolhidas nas buscas de há dois anos, como também à perda da especial complexidade, que permite prazos mais longos para o Ministério Público e para os arguidos recorrerem de decisões judiciais e que tinha sido atribuída nos primeiros anos de investigação (entre 2019 e 2023).
No início deste mês, o Procurador-Geral da República disse que existia “um recurso interposto pelos arguidos relativamente ao correio eletrónico”, estando o Ministério Público dependente do recurso no Tribunal da Relação de Lisboa, que estaria a ser apreciado. Contudo, o tribunal desmentiu esta informação, com Amadeu Guerra a afirmar que não sabia do desfecho do recurso da Relação.
Também esta sexta-feira, o Expresso (acesso pago) revela que os procuradores encarregues da Operação Influencer negaram por quatro vezes a consulta do processo a António Costa, cujo Governo que liderava caiu, em novembro de 2023, precisamente na sequência desta investigação. Por regra, os processos são públicos e consultáveis, a menos que o Ministério Público e o juiz de instrução decretem o contrário. Neste caso, segundo o semanário, os magistrados responsáveis alegaram que o caso está em “segredo de justiça”.
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