Paulo Rangel garante que cidadãos portugueses na Guiné-Bissau estão bem
O ministro dos Negócios Estrangeiros explicou que até ao momento não há nenhuma situação com portugueses que "mereça atenção especial" na Guiné-Bissau e pede contenção no "uso da força".
Paulo Rangel garantiu esta quinta-feira que todos os portugueses presentes na Guiné-Bissau estão bem. Numa declaração aos jornalistas no Parlamento, à margem da votação do Orçamento do Estado, e após o golpe de Estado militar ocorrido ontem, 26 de novembro, o ministro dos Negócios Estrangeiros explicou que já contactou o embaixador português no país e que “não há, até este momento, nenhuma situação que mereça alguma atenção mais especial. O diálogo entre a missão diplomática portuguesa e os cidadãos portugueses que ali [na Guiné-Bissau] se encontram é permanente”, sublinhou.
Os militares tomaram esta quarta-feira o poder na Guiné-Bissau, após um tiroteio que terá durado cerca de meia hora, segundo um comunicado das Forças Armadas guineenses. A declaração foi lida na televisão estatal TGB pelo porta-voz do Alto Comando Militar, Dinis N’Tchama, que anunciou que as forças militares assumiram a liderança do país.
O Alto Comando Militar informou ainda que depôs o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e que encerrou, “até novas ordens, todas as instituições da República da Guiné-Bissau”. Estão ainda suspensas “as atividades de todos os órgãos de comunicação social”, assim como decidiu “suspender imediatamente o processo eleitoral em curso”.
Num país onde residem cerca de “770 portugueses”, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, apelou, nos Passos Perdidos, a que “não se use, em caso algum, a violência, seja relativamente a políticos e pessoas com responsabilidades institucionais, seja relativamente a toda a população”. O governante pediu ainda que sejam criadas as condições “para regressar à normalidade e apurar o resultado final das eleições”.
Os militares encerraram também todas as fronteiras do país, terrestres, marítimas e espaço aéreo nacional, e estabeleceram “recolher obrigatório das 19h00 até 6h00, até repostas as condições necessárias para restaurar a normalidade constitucional do Estado guineense”.
Entretanto, a TAP adiou para sexta-feira o voo previsto para hoje para a Guiné-Bissau, um dia depois de os militares terem tomado o poder naquele país africano, informou fonte oficial da companhia aérea. O voo partiria de Lisboa às 14:40 com destino a Bissau e está agora previsto para sexta-feira à mesma hora. Segundo a companhia aérea, os passageiros já foram informados desta alteração.
A TAP opera três voos semanais para Bissau, à terça-feira, quinta-feira e sábado, segundo o ‘site’ da transportadora.
(Notícia atualizada às 13h29 com o cancelamento do voo da TAP)
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