Consumo privado sobe 4% no terceiro trimestre e confirma-se como motor do crescimento

INE confirmou crescimento homólogo do PIB de 2,4% no terceiro trimestre. Consumo privado acelerou nos meses das tabelas especiais de retenção na fonte e de bónus aos pensionistas.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou esta sexta-feira que a economia portuguesa cresceu 2,4% em termos homólogos e 0,8% em cadeia no terceiro trimestre, tal como avançado em outubro. O consumo privado voltou a ser o principal ‘motor’, tendo subido 4%, a taxa mais elevada desde os 4,1% registados nos últimos três meses do ano passado.

Os dados divulgados pelo INE confirmam os sinais avançados na estimativa preliminar sobre o contributo dos principais indicadores para a evolução homóloga do Produto Interno Bruto (PIB). O peso da procura interna diminuiu, passando de quatro pontos percentuais (pp.) no segundo trimestre para 3,6 pontos, mas refletindo a desaceleração do investimento, já que o consumo privado subiu.

Por outro lado, o contributo negativo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB foi menos acentuado no terceiro trimestre, refletindo simultaneamente a desaceleração das importações de bens e serviços e o aumento das exportações de bens e serviços.

Os dados mais finos divulgados esta sexta-feira, permitem verificar que o consumo privado voltou ser o principal factor a puxar pela economia, tendo aumento 4%, o que compara com os 3,7% do segundo trimestre. O crescimento registou-se quer no consumo de bens duradouros (aceleraram de uma taxa de 8,2% no trimestre anterior para 9,7%), quer nos bens não duradouros e serviços (crescimento acelerou de 3,2% para 3,4%).

Fonte: INE

Esta evolução ocorreu no trimestre em que o Governo avançou com as medidas de apoio aos rendimentos. Em agosto e setembro aplicaram as novas tabelas de retenção na fonte que traduziram a redução do IRS com retroativos a janeiro, a que se somou o suplemento extraordinário aos pensionistas. Isto significou mais dinheiro ao fim do mês no bolso dos portugueses durante o verão. Cenário que no ano passado tinha ocorrido em setembro e outubro, e que impulsionou o maior crescimento em cadeia do PIB num quarto trimestre desde 2013, com exceção dos últimos três meses de 2021 (após a pandemia).

Por outro lado, o crescimento do investimento desacelerou em termos homólogos de 7% para 4%. No que toca às exportações, verificou-se um aumento de 1,2% em termos homólogos, após terem registado uma ligeira diminuição de 0,1% no trimestre anterior. As vendas de bens ao exterior aceleraram 1,3% (0,3% no segundo trimestre) e as exportações de serviços passaram de uma diminuição de 0,9% no segundo trimestre para um aumento de 1%.

Por outro lado, as importações desaceleraram para 3,7% face ao aumento de 4,6% registado nos três meses anteriores, refletindo o “crescimento menos intenso da componente de bens”, que passou de um aumento de 6% no segundo trimestre para 4,3%. Em sentido contrário, as exportações de serviços aumentaram 1,4%, após terem diminuído 1,4% no segundo trimestre.

No balanço final, o crescimento homólogo do PIB acelerou para 2,4% entre julho e setembro quando comparado com a taxa homólogo de 1,8% do trimestre precedente. No terceiro trimestre de 2024, a economia cresceu 2,1%.

Economia cresce 0,8% em cadeia

O PIB avançou 0,8% no terceiro trimestre na comparação em cadeia, depois de um crescimento de 0,7% no segundo trimestre, resultado do contributo da procura interna, com um crescimento do consumo privado e do investimento. Já o contributo da procura externa líquida passou de -0,3 pp. para -0.6 pp., com a aceleração das importações a superar a evolução das exportações que aumentaram.

Assim, comparando com o segundo trimestre, os dados divulgados pelo INE revelam que as despesas de consumo final das famílias residentes aumentaram 1,2% (variação em cadeia de 0,7% no trimestre anterior), refletindo variações de 1% da componente de bens não duradouros e serviços e de 3,1% da componente de bens duradouros (0,5% e 2,8% no trimestre precedente). Já o investimento aumentou 2,7%, quando nos três meses anteriores registou uma variação em cadeia de 1,9%.

Já as exportações totais aumentaram 0,8% (diminuição de 0,1% no trimestre anterior), verificando-se um crescimento de 0,3% da componente de bens e de 1,9% da componente de serviços, enquanto as importações totais registaram uma variação em cadeia de 2%, com um aumento de 1,6% nos bens e de 3,6% nos serviços.

(Notícia atualizada às 11h49)

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