Galp cai mais de 15% após anunciar negócio da Namíbia. É a maior queda desde início da pandemia

A Galp está sob forte pressão na bolsa de Lisboa. A petrolífera já chegou a afundar 15,4%, para 14,67 euros por ação, após ter anunciado que escolheu a francesa Total como parceira para a exploração de petróleo no complexo Mopane, na Namíbia.

Pelas 10h44 da manhã, a Galp seguia a perder 10,93% para os 15,44 euros, mas chegou a descer aos 14,66 euros durante a manhã. A descida aos 14,66 euros ditou que, nesse momento, o valor de mercado da Galp caísse 1,9 mil milhões de euros, baixando dos 12,1 mil milhões de euros que valia no fecho da sessão anterior para 10,2 mil milhões de euros.

Por seu lado, a Total Energies chegou a perder uns ligeiros 0,12% para os 56,2 euros por ação, uma quebra ligeira semelhante à apresentada na sessão desta segunda-feira, mas pelas 11h30 já seguia modesta em terreno positivo, ao valorizar 0,32% para os 56,50 euros.

Segundo anunciou a Galp, a Total Energies ficará com 40% e suporta metade dos custos de investimento para exploração. O acordo prevê também troca de participações noutras descobertas da Total na região.

“A decisão de partilhar o projeto sinaliza limitações financeiras e estratégicas de curto-prazo, gerando dúvidas sobre a capacidade de monetização autónoma. Se os termos do acordo fossem diferentes — por exemplo, uma venda parcial com prémio ou uma parceria que preservasse maior controlo operacional — a reação poderia ter sido menos penalizadora, ou até positiva, por cristalizar a criação imediata de valor e menor diluição futura”, entende João Queiroz, responsável de Trading no Banco Carregosa, em declarações ao ECO/Capital Verde.

A Reuters cita a RBC, que afirma que o negócio aparenta ser “mais construtivo” para a Total Energies do que para a Galp, já que não envolve pagamentos líquidos à cabeça.

(Notícia atualizada às 11h25 com comentários de analistas)