BCE prepara nova revisão em alta do crescimento da Zona Euro
Christine Lagarde antevê nova revisão positiva no crescimento da área do euro na próxima reunião do BCE, mas fecha a porta a novo corte das taxas de juro na reunião da próxima semana.
O Banco Central Europeu (BCE) deverá voltar a rever em alta as perspetivas de crescimento para a Zona Euro na reunião de dezembro, confirmou esta quarta-feira a presidente da instituição, Christine Lagarde, numa entrevista ao Financial Times.
“Nos últimos exercícios de projeção, revimos em alta as nossas perspetivas. A minha suspeita é que possamos fazê-lo novamente em dezembro”, afirmou ainda Lagarde durante o evento Financial Times Global Boardroom, em Londres.
A declaração de Lagarde reforça a narrativa de resiliência económica europeia que tem surpreendido analistas e policymakers e que poderá já estar a alterar o rumo da política monetária do BCE. Em setembro, o BCE já tinha revisto em alta a previsão de crescimento para 2025, de 0,9% em junho para 1,2%, uma revisão que surpreendeu pela dimensão.
Lagarde referiu que a política monetária na Zona Euro está num “bom lugar”, um sinal interpretado pelos mercados como indicação de que não haverá alterações nas taxas de juro na próxima reunião de 17 e 18 de dezembro.
A economia europeia tem crescido próximo do seu potencial, sustentada por uma forte procura interna e por um mercado de trabalho que, apesar de algum abrandamento, continua a ser uma fonte de força.
A presidente do BCE voltou a repetir o seu já famoso mantra, sublinhando que a política monetária está num “bom lugar”, um sinal interpretado pelos mercados como indicação de que não haverá alterações nas taxas de juro na próxima reunião de 17 e 18 de dezembro.
As declarações de Lagarde surgem poucos dias depois de Isabel Schnabel, membro do conselho executivo do BCE, ter dado sinais ainda mais claros sobre a trajetória futura das taxas de juro. Numa entrevista à Bloomberg, Schnabel afirmou que “a economia da Zona Euro tem sido muito mais resiliente do que seria de esperar face à maior disrupção da ordem comercial internacional desde a Segunda Guerra Mundial”.
A economista alemã foi ainda mais explícita ao apontar o próximo movimento das taxas de juro. “As taxas de juro estão num bom lugar, e na ausência de grandes choques, espero que se mantenham neste lugar por algum tempo”. Mas Schnabel não ficou por aqui.
“Tanto os mercados como os participantes de sondagens esperam que o próximo movimento de taxa de juro seja um aumento, embora não em breve”, acrescentou, sublinhando estar “bastante confortável com essas expectativas”.
A inflação na área do euro está próxima da meta dos 2%, com as projeções do BCE a apontarem para 2,1% em 2025, 1,7% em 2026 e 1,9% em 2027. Com a economia a recuperar, o hiato de produção a fechar-se e a política orçamental dos Estados-membros a expandir-se, o BCE terá de avaliar cuidadosamente quando será o momento certo para interromper a pausa nas taxas de juro que dura desde junho.
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