Fed desce taxas de juro em 25 pontos pela terceira vez, mas vê apenas um corte em 2026
A decisão vem numa altura de divisão no comité de política monetária, mas o corte para o intervalo de 3,50%-3,75% era esperado por investidores e analistas. 'Dot plot' mostra só um corte em 2026.
A Reserva Federal norte-americana (Fed) cortou esta quarta-feira as taxas de juro em 25 pontos base (pb), na terceira mexida seguida no custo do dólar este ano.
A decisão dos membros do Federal Open Market Committee (FOMC, comité de política monetária) de descer as Federal Funds Rates para o intervalo entre 3,50% e 3,75%, anunciada em comunicado, era amplamente esperada por analistas e investidores.
“No apoio aos seus objetivos e à luz da mudança no equilíbrio dos riscos, o Comité decidiu reduzir a meta para a taxa de juros dos fundos federais em 1/4 de ponto percentual, para 3,5% a 3,75%”, referiu. “Ao considerar a extensão e o momento de ajustes adicionais à meta para a taxa de juros dos fundos federais, o Comité avaliará cuidadosamente os dados recebidos, as perspetivas em evolução e o equilíbrio dos riscos“.
O Comité está fortemente empenhado em apoiar o máximo emprego e em fazer com que a inflação regresse ao objetivo de 2%, reiterou.
Informou ainda que a decisão de reduzir as taxa de juros teve três votos contrários, com o presidente da Fed de Chicago, Austan Goolsbee, juntando-se ao presidente do Fed de Kansas City, Jeffrey Schmid, para defender que a taxa deveria permanecer inalterada, e o governador do Stephen Miran, nomeado por Donald Trump, a novamente defender uma redução maior, de meio ponto percentual.
Apenas um corte em 2026
Os membros da Fed esperam no próximo ano reduzir as taxas de juro de curto prazo num total apenas 25 pontos base, com base na mediana das novas projeções do banco central, ilustradas pela matriz dot plot, o gráfico de pontos das expectativas individuais sobre as taxas futuras. A previsão é idêntica à de setembro.

As novas projeções divulgadas após a reunião de dois dias da Fed mostraram que o banco central vê agora a inflação a desacelerar para 2,4% até o final do próximo ano, quando antes previa um abrandamento até 2,6%. A meta de 2% deverá ser atingida em 2028.
A maior economia do mundo é vista a crescer 2,3% em 2026, face à anterior projeção de 1,8%, seguindo-se crescimentos de 2% e 1,9% nos dois anos seguintes, respetivamente.
A Reserva Federal anunciou ainda que começará a comprar títulos do governo de curto prazo para ajudar a gerir os níveis de liquidez do mercado e garantir que o banco central mantenha um controlo firme sobre o seu sistema de metas de taxas de juro.
As compras, de natureza técnica, terão início a 12 de dezembro. Quando começar a comprar, a ronda inicial totalizará cerca de 40 mil milhões de dólares em títulos do Tesouro.
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