Montenegro: Marcelo foi “deselegante” com Teodora Cardoso
O líder do grupo parlamentar do PSD criticou o Presidente da República e mais ainda António Costa. Para Luís Montenegro, se a atual solução governativa cair não será preciso haver eleições.
Luís Montenegro considerou que Marcelo Rebelo de Sousa foi “deselegante” na sua resposta à economista à frente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso.
O líder parlamentar do PSD criticou o Presidente da República numa entrevista à Antena 1. “Devo dizer que a resposta a essa intervenção, e sobretudo àquilo que era o seu conteúdo (…), foi deselegante e a todos os níveis”, começou, especificando: “Foi deselegante por parte do Governo, foi deselegante por parte dos partidos que apoiam o Governo, e também do senhor Presidente da República”. Teodora Cardoso respondera a uma pergunta sobre se o cumprimento das metas do défice fora um milagre concordando, e explicando porquê, e o Presidente da República reagiu: milagre “só o de Fátima”.
No entanto, para Luís Montenegro o comportamento mais censurável é o do primeiro-ministro António Costa e do Partido Socialista que, afirma, vieram “apoucar e amesquinhar” as declarações de Teodora Cardoso. Distinguindo aquilo que é um momento infeliz do que é “um padrão”, o líder parlamentar do PSD esclareceu que o Governo e os partidos que o apoiam querem “condicionar, quase restringir, quer a atuação da oposição quer a atuação de instituições independentes”. “Isso é intolerável em democracia e eu não calarei a minha voz nunca nesse debate”, terminou.
As declarações de Montenegro surgem um dia depois de ter qualificado no Parlamento o primeiro-ministro de “mal educado”, no meio de um debate quinzenal crispado em que António Costa e Pedro Passos Coelho trocaram acusações: o primeiro acusava o segundo de “desfaçatez”, o segundo dizia que o primeiro tentava “enlamear as pessoas que estiveram no seu lugar”.
Na mesma entrevista, Montenegro considerou ainda que, se a atual solução governativa caísse, não seria necessário realizar eleições antecipadas. Para o social-democrata, o Partido Socialista é que deveria suportar um novo Governo “liderado por quem ganhou as eleições”, ou seja, o PSD e o CDS-PP. “O quadro parlamentar permite outros ajustamentos”, propôs, “desde que haja vontade política dos partidos”.
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