Miguel Miranda: “2023 será um ano desafiante para a advocacia, em face da incerteza do contexto económico”

O managing partner da PRA, Miguel Miranda, acredita que o ano de 2023 será desafiante e que poderá assistir-se ao aumento de trabalho nas áreas de Laboral.

O managing partner da PRA-Raposo Sá Miranda & Associados, Miguel Miranda, partilhou com a Advocatus as suas perspetivas para o ano de 2023. O líder acredita que o próximo ano será desafiante e que poderá assistir-se ao aumento de trabalho nas áreas de Laboral.

Miguel Miranda confessou que 2022 foi um ano “excecional” para o escritório e que aumentaram o número de colaboradores e as suas receitas, tendência que espera manter-se em 2023.

Que balanço faz do ano de 2022?

O ano de 2022 foi um ano excecional para a PRA por diversas razões. No que toca à expansão regional, foi o ano em que inaugurámos o sexto escritório da sociedade – o escritório de Évora -, dando início a um projeto voltado especificamente para dois setores económicos muito específicos, a aeronáutica e a agricultura. Em matéria de alargamento de áreas de especialização, foi o ano da criação de mais uma unidade económica, a unidade de Saúde, Farmácia e Biotecnologia, reforçando a atenção que temos vindo a dedicar às empresas tecnológicas, em especial à indústria de health tech. Por sua vez, no plano internacional, reforçámos as nossas parcerias e iniciámos o projeto PRA Ibéria.

Sob um diferente prisma, 2022 ficou marcado também pela implementação do ESG dentro de casa, o que implicou uma ampla e transversal discussão interna, muito participada, de resto, e da qual resultou uma reflexão sobre aspetos críticos para o presente e futuro da sociedade.

Não obstante o contexto económico e geopolítico algo incerto em que se viveu, com um primeiro semestre a refletir o fim de alguma breve euforia pós-pandémica e o segundo semestre a ser afetado pelos efeitos decorrentes da guerra na Ucrânia, a PRA continuou a reforçar o seu corpo de sócios (21), o seu número de colaboradores (que atualmente se situa acima dos 180), tendo paralelamente aumentado as suas receitas, face a 2021.

Compete, por fim, fazer uma referência especial, pelo seu desempenho neste ano, às áreas de Contratos, Comercial, Concorrência, Corporate, Administrativo e Contratação Pública, Laboral e Imobiliário, esta última com um crescimento assinalável.

Miguel Miranda, managing partner da PRA

Quais são as expectativas para o setor da advocacia em 2023?

Estou em crer que 2023 será um ano desafiante para o setor da advocacia, em face da incerteza do contexto económico. A dificuldade que temos observado a nível europeu e nacional de controlo da taxa de inflação para níveis considerados saudáveis pode vir a afetar a estabilidade económica das empresas, conduzindo a dificuldades ou, pelo menos, hesitações no momento de realização de novos investimentos, o que, em última análise, se poderá vir a refletir na queda de operações de M&A. Por outro lado, poderá assistir-se ao aumento de trabalho nas áreas de Laboral, por via da necessidade de redução de trabalhadores, como temos vindo, de resto, a observar nas grandes tecnológicas americanas, as quais já iniciaram esse processo a nível global. Esta perturbação, que durará enquanto a guerra se mantiver, vai naturalmente originar o fecho de pequenas estruturas empresariais, cuja atividade esteja mais dependente dos custos energéticos, o que poderá conduzir ao aumento de insolvências e processos de recuperação, e nesse sentido, ao aumento de atividade nos departamentos de recuperação de crédito e nos departamentos de insolvência das sociedades de advogados.

E em termos de volume de negócios do escritório?

A PRA tem vindo a fazer um percurso de crescimento sólido e consistente ao longo dos últimos anos. O ano de 2022 foi excecionalmente positivo, a esse nível, registando um aumento do volume de negócios, que se situará, a final do ano, acima dos 20%. Para 2023, temos a expectativa de manter e consolidar esta tendência.

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