O managing partner da Morais Leitão assume que o principal desafio para o setor em 2023 é a mudança estrutural, nomeadamente as “alterações profundas na relação individual com o trabalho”.
Nuno Galvão Teles confessou que 2022 acabou por ser uma grande surpresa. “É impossível não reconhecer que, para nós, foi um excelente ano em termos de faturação e de trabalho, com grandes operações em setores muito diferentes”, disse.
O managing partner da Morais Leitão assume que o principal desafio para o setor em 2023 é a mudança estrutural, nomeadamente as “alterações profundas na relação individual com o trabalho”, pela flexibilização do vínculo ou laço com a sociedade em que trabalham, com mudanças muito mais frequentes.
Que balanço faz do ano de 2022?
2022 acabou por se revelar uma grande surpresa. Quando ainda estávamos a perceber se virávamos a página da Covid-19, fomos confrontados com uma grande tragédia, a guerra na Ucrânia, com uma série de consequências políticas, económicas e sobretudo sociais. Incerteza e resiliência são agora as principais palavras-chave para qualquer decisão estratégica, num cenário de agitação económica e inflação. Ainda assim, com tudo isto, é impossível não reconhecer que, para nós, foi um excelente ano em termos de faturação e de trabalho, com grandes operações em setores muito diferentes. Aliás, foi para nós um ano de reforço de equipas, com contratações em praticamente todas as áreas. Os investidores superaram as suas hesitações e houve muito trabalho interessante. Como, contrariamente ao que se previa, várias empresas estão com crescimento a dois dígitos, a indústria jurídica beneficiou desta recuperação. As novas tendências tecnológicas representam também uma nova oportunidade de trabalho, crescentemente sofisticado à medida que as empresas emergentes se tornam internacionais e ganham escala.
Quais são as expectativas para o setor da advocacia em 2023?
Inevitavelmente, pela introdução da multidisciplinaridade, será um ano de mudança e ajustamento. Aliás, como todos têm sido, com os diferentes estímulos, dos conjunturais como a pandemia ou a guerra na Ucrânia aos estruturais, como a digitalização e a transformação dos modelos de trabalho. A mudança do setor, pela alteração do nosso Estatuto, aproxima o setor de outras jurisdições, mantendo contudo alguns desafios. Do nosso lado, mantemos a nossa habitual posição de relativa tranquilidade, porque a exposição internacional do mercado português já existia, e fomos capazes de nos adaptar. O principal desafio, quanto a nós, reside numa mudança estrutural, nomeadamente as alterações profundas na relação individual com o trabalho, não pela questão do trabalho híbrido mas, e sobretudo, pela flexibilização do vínculo ou laço com a sociedade em que trabalham, com mudanças muito mais frequentes. Esta era uma tendência que já estávamos a assistir, no nosso setor, e que se amplificou enormemente nos últimos três anos. Com eventuais movimentos de escritórios (abertura ou concentração), é de esperar que as mudanças de equipas e de advogados sejam a principal marca de 2023.
E em termos de volume de negócios do escritório?
Para já, estamos otimistas relativamente ao volume de trabalho. Temos muitos projetos em curso, que vão manter as nossas equipas bem ocupadas. Projetamos que seja mais um ano de crescimento.
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“Pela introdução da multidisciplinaridade, 2023 será um ano de mudança e ajustamento”, diz Nuno Galvão Teles
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