Portugal foi o terceiro país que mais cresceu na UE no quarto trimestre

Só a Irlanda e Letónia registaram uma progressão do PIB mais elevada face ao trimestre anterior. No entanto, só há ainda dados para 12 economias. Só a Lituânia está em recessão.

Portugal foi o terceiro país que mais cresceu na União Europeia no quarto trimestre de 2022, de acordo com os dados do Eurostat divulgados esta terça-feira. Só a Irlanda e Letónia registaram uma progressão do PIB mais elevada face ao trimestre anterior. No entanto, ainda só existem dados para 12 economias.

A economia portuguesa cresceu 0,2% nos últimos três meses do ano face ao trimestre anterior, tal como os economistas antecipavam, de acordo com os números do Instituto Nacional de Estatística (INE) publicados esta terça-feira. No conjunto do ano, o país cresceu 6,7%, falhando assim a meta do Executivo que tinha revisto em alta as suas estimativas, em dezembro, para 6,8%, igualando as previsões do Banco de Portugal, também elas atualizadas no boletim económico de dezembro. Para que Portugal tivesse crescido 6,8% o PIB teria de ter registado uma progressão de 0,4% no quarto trimestre.

A estimativa rápida do PIB revela que no quarto trimestre, a zona euro cresceu 0,1% e manteve-se estável na União Europeia em cadeia, ou seja, face aos três meses anteriores. Este desempenho traduz-se num abrandamento depois da progressão de 0,3% tanto na área do euro como na UE.

Ainda assim estes dados são positivos tendo em conta que a zona euro conseguiu escapar à recessão no final do ano, apesar da escalada dos preços da energia e da subida das taxas de juro. A economia tem revelado alguma resiliência inesperada, segundo os analistas, à semelhança do que aconteceu na pandemia de Covid-19 quando o crescimento superou as expectativas, com as empresas a ajustarem-se mais depressa às circunstâncias do que os governos antecipavam.

O Eurostat avança ainda ainda que, com estes valores do quarto trimestre, a economia europeia terá crescido 3,5% no conjunto do ano de 2022 e a zona euro mais uma décima, mas estes valores podem ser sujeitos a revisão tendo em conta que mais de metade dos países ainda não divulgaram as suas contas.

Entre os vários Estados-membros para os quais existem valores é possível perceber que o campeão do crescimento foi a Irlanda com uma evolução em cadeia de 3,5%, seguida da Letónia 0,3% e depois Portugal com 0,2%, um desempenho idêntico ao da vizinha Espanha.

Os dados do Eurostat também revelam que seis economias sofreram mesmo uma contração do PIB nos três últimos meses do ano, com especial destaque para a Lituânia (-1,7%) e para a Áustria (-0,7%). Ainda assim, só a Lituânia se encaixa no contexto de recessão, ao registar já dois trimestres consecutivos de contração da economia.

Dados mais recentes de indicadores de confiança ou do PMI sugerem que o crescimento já bateu no fundo e que uma retoma lenta já está em progresso, graças a um inverno mais ameno que limitou as despesas com a energia. Por isso mesmo, o Fundo Monetário Internacional atualizou as suas projeções, precisamente devido à resiliência inesperada potenciada pelos pacotes de ajuda dos vários governos.

O Fundo Monetário Internacional prevê uma expansão do PIB de 0,7% na zona euro, este ano, descartando a possibilidade de Alemanha e Itália entrarem em recessão. Na atualização das “Previsões Económicas Globais”, o FMI reviu em alta em 0,2 pontos percentuais o desempenho da economia da zona este ano, face à estimava em outubro, mas abaixo dos 3,5% projetados para 2022.

(Notícia atualizada pela última vez às 10h45)

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