Netflix proíbe partilha de contas em Portugal
Utilizadores que queiram partilhar conta da Netflix vão ter de subscrever um dos planos mais caros e somar 3,99 euros à mensalidade.
A Netflix vai oficialmente começar a combater as contas partilhadas em Portugal, uma prática usada por muitos utilizadores para dividir a despesa da mensalidade, mas que penaliza as receitas da empresa. A plataforma de streaming de filmes e séries tem vindo a agir contra este hábito noutros países e anunciou esta quarta-feira que o vai passar a fazer também no mercado nacional.
Doravante, só será possível partilhar a conta se for assinante de um dos pacotes mais caros: o Standard, que custa 11,99 euros por mês; ou o Premium, que custa 15,99 euros. Para o fazer de forma regular, terá de “adicionar um membro extra” à sua conta Netflix, o que soma 3,99 euros à mensalidade. No final do mês, pagará, respetivamente, 15,98 ou 19,98 euros, o que põe fim ao racional económico por detrás desse costume.
As contas Premium podem adicionar um segundo membro extra, o que eleva a mensalidade para perto de 28 euros. Já as contas Standard têm o limite de um membro extra.
Para comparação, até aqui, dois utilizadores que partilhassem a mesma conta Standard pagavam cerca de seis euros cada um. Quatro pessoas poderiam ainda subscrever uma conta Premium e ficar a pagar, cada uma, perto de quatro euros (a conta Standard permite duas pessoas a ver em simultâneo, enquanto a Premium permite quatro).
No comunicado divulgado esta quarta-feira, a Netflix não especifica como vai levar os utilizadores a pagarem mais para partilharem a respetiva conta. Mas a imprensa internacional tem vindo a referir algumas das medidas que a empresa emprega para detetar este tipo de atividade irregular, como a combinação de diferentes endereços de IP e de diferentes dispositivos e a análise da atividade.
Segundo a Netflix, só é permitida a partilha da mesma conta sem membros extra entre pessoas que vivam na mesma casa. As contas em situação irregular estarão, assim, em violação das regras da empresa, mas não são claras as consequências.
“Na Netflix, sempre tentámos facilitar a partilha da conta Netflix entre pessoas que vivem na mesma casa, por isso oferecemos funcionalidades, como sejam, perfis diferentes e a possibilidade de ver a Netflix em vários ecrãs em simultâneo. Apesar do sucesso das mesmas, estas funcionalidades geraram alguma confusão sobre quando e como a Netflix pode ser partilhada. Hoje, mais de 100 milhões de residências partilham contas – o que impacta a nossa capacidade de investir em séries e filmes de grande qualidade”, argumenta a empresa na referida nota.
“Assim, durante o último ano, explorámos as diferentes abordagens à resolução deste problema na América Latina e chegou a agora o momento de alargar a implementação desta funcionalidade, já a partir de hoje [quarta-feira], a outros países como o Canadá, a Nova Zelândia, Portugal e Espanha. O nosso foco foi dar aos nossos membros o controlo sobre quem tem acesso à sua conta”, continua a plataforma.
Netflix passa a cobrar por “membro adicional”
Face a estas medidas, a Netflix anuncia também alguns dos próximos passos e saídas. Por exemplo, assume que vai “ajudar os membros” a configurar a localização principal, “para garantir que todas as pessoas que vivem na sua residência podem usar a sua conta Netflix”. A companhia promete ainda que “os membros podem continuar a ver a Netflix nos seus dispositivos pessoais ou iniciar sessão num novo televisor, por exemplo, num quarto de hotel ou numa casa de férias”.
Para que os utilizadores, que partilham contas, possam constituir a sua própria conta sem perderem o histórico de visualizações e outros dados do seu perfil, como as preferências, a empresa passou recentemente a permitir transferir perfis. “As pessoas que usem uma conta podem agora facilmente transferir um perfil para uma nova conta, cuja adesão seja paga por elas, mantendo as respetivas recomendações personalizadas, o histórico de visualização, a ‘Minha Lista’, os jogos guardados e muito mais”, explica a empresa.
“Valorizamos os nossos membros, e reconhecemos que existem muitas opções de entretenimento. Uma conta Netflix destina-se a ser usada numa residência e os membros têm à sua escolha vários planos, com diferentes características. Como é habitual, estas novas funcionalidades serão aperfeiçoadas com base no feedback dos nossos membros, para podermos melhorar a Netflix nos próximos anos”, conclui a Netflix.
A Netflix é uma das plataformas de streaming internacionais há mais tempo presentes no mercado português. Uma dúzia de países já têm acesso a um novo plano da empresa, chamado “Base com anúncios”, que é mais acessível do que os 7,99 euros da mensalidade da conta Base. No entanto, esse plano ainda não está disponível em Portugal.
(Notícia atualizada pela última vez às 20h50)
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