Popular quer manter Portugal… se não pode ser alvo de OPA

Emilio Saracho quer manter negócio em Portugal porque acredita que Popular tem mais a ganhar mantendo-se como banco ibérico. Mas pode ser alvo de uma oferta de compra. BBVA é sério candidato.

Depois de duas sessões seguidas a cair 10%, que atiraram as ações para mínimos de sempre, o banco espanhol Popular recupera esta quarta-feira de parte das perdas que sofreu com o prenuncio de aumento de capital. A imprensa espanhola dá hoje conta de mais detalhes do plano de presidente Emilio Saracho para a instituição que quer manter a atividade em Portugal como extensão do negócio em Espanha. Entretanto, há notícias de que o BBVA está a finalizar a apresentação de uma oferta para comprar o banco.

De acordo com o jornal Cinco Días (acesso livre / conteúdo em espanhol), o Popular já tem um plano para recuperar as suas finanças. E parte desse plano passa por manter a atividade em Portugal, depois dos rumores de que o banco espanhol poderia vender o negócio português.

Para Emilio Saracho, o mercado nacional representa uma extensão do mercado espanhol, pelo que prefere manter um banco de cariz ibérico na sequência da fusão dos dois bancos operada em janeiro, segundo adiantaram várias fontes àquela jornal espanhol. Adicionalmente, também não pretende vender o Banco Pastor nem a unidade de banca privada, que tinham sido considerados ativos não estratégicos.

As ações do Popular valorizam esta quarta-feira quase 4% para 0,689 euros, conferindo ao banco espanhol uma capitalização bolsista de 2,9 mil milhões de euros — antes da crise chegou a valer quase 20 mil milhões. Trata-se de uma valorização pouco expressiva face às perdas que registam em 2017: os títulos afundam 25% este ano.

Depois de ter aberto a porta a um aumento de capital, Saracho pode agora optar por uma emissão de obrigações convertíveis em ações, os chamados CoCos. Esta semana, o presidente avisou os acionistas que o banco está mais do que necessitado de um reforço de capital que pode agora passar pelo recurso destes instrumentos híbridos.

“O diagnóstico é unânime, estamos condenados a ampliar o capital”, declarou esta segunda-feira. “Mas primeiro há que definir as necessidades de capital e as características da operação, que deverá ser explicada em profundidade, depois de decidir a magnitude e o momento de executá-la”, disse Saracho.

BBVA finaliza oferta

Entretanto, o site El Independiente avança (acesso livre / conteúdo em espanhol) que um banco espanhol já está a finalizar um oferta para comprar o Popular. “A operação está em fase avançada e poderá ser concretizado a curto prazo, segundo fontes próximas do processo”, escreve o site.

Entre os candidatos que se apresentam com maior probabilidade de surgir na frente da operação está o BBVA, que em novembro terá apresentado uma oferta de seis mil milhões de euros para comprar o Popular. Francisco González, presidente do BBVA, e Ángel Ron, antigo presidente do Popular, mantiveram várias conversas com o objetivo de integrar os dois negócios.

González terá mesmo lançado uma proposta na terceira semana de novembro, assumindo que a transação poderia gerar sinergias de três mil milhões de euros.

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