“Pessoas querem experimentar semana de quatro dias, mas mantendo as 40 horas”

Seis em cada dez dos trabalhadores ouvidos pela Coverflex indicam que gostariam de testar a semana de quatro dias mantendo as 40 horas semanais. Portugal tem em curso piloto da semana mais curta.

A ideia de uma semana de trabalho de quatro dias não é nova, mas tem conquistado novas atenções nos últimos anos. E em Portugal 39 empresas estão mesmo a testá-la desde junho, no âmbito de um projeto-piloto promovido pelo Governo. Ora, de acordo com um estudo da Coverflex apresentado esta quarta-feira, os trabalhadores portugueses estão interessados em experimentar esse modelo, mas a maioria dos inquiridos indicou que gostaria de manter as quarenta horas semanais.

“As pessoas querem experimentar a semana de quatro dias de trabalho, mas mantendo as 40 horas”, destacou Mariana Barbosa, da Coverflex, esta manhã, na apresentação dos principais resultados deste estudo, que teve por base um inquérito no qual participaram 2.247 indivíduos.

Em maior detalhe, de acordo com essa análise, mais de seis em cada dez inquiridos (60,61%) manifestaram preferir testar o modelo da semana de quatro dias mantendo as 40 horas semanais. “Essa opção é especialmente preferida por pessoas que se identificam com o género feminino (64%) face ao género masculino (57%)”, é salientado no estudo.

O estudo da Coverflex permite também perceber que nas empresas mais pequenas (um a dez trabalhadores) os trabalhadores mostram menos preferência por trabalhar as 40 horas em quatro dias do que acontece nas empresas maiores (mais 500 trabalhadores).

Em comparação, pouco mais de dois em cada dez (22,96%) dos inquiridos mostram abertura para testar a semana de trabalho de 32 horas mesmo que tal implicasse a perda de uma parte proporcional do salário.

“Entre o total dos participantes que manifestaram preferência por um modelo de 32 horas divididas por quatro dias de trabalho, 70% acredita que os ganhos de produtividade compensam o tempo perdido, ao passo que apenas 3% defende uma perda salarial correspondente (de 20% do salário)”, sublinha a análise que foi apresentada esta quarta-feira.

16,42% dos trabalhadores ouvidos pela Coverflex disseram preferir o “modelo clássico”: 40 horas distribuídas por cinco dias por semana. Esse modelo é mais apontado por quem trabalha presencialmente (20,2%). Em contraste, entre quem trabalha remotamente ou em modelo híbrido, 14,6% e 15,8%, respetivamente, preferem a solução clássica.

De notar que 39 empresas começaram a testar este novo modelo em junho. A experiência terá seis meses de duração e prevê que nenhum trabalhador sofrerá cortes salariais.

Por outro lado, no Reino Unido, o piloto já terminou e uma fatia muito significativa dos empregadores anunciou que não tinham intenções de regressar à semana de cinco dias, nomeadamente por causa dos ganhos de produtividade e de bem-estar dos trabalhadores que o modelo de quatro dias proporcionou.

O estudo da Coverflex mostra também, conforme já escreveu o ECO, que os trabalhadores portugueses valorizam muito a transparência salarial, tanto no seio das empresas, como nos processos de recrutamento. Tanto que mais de nove em cada dez defendem que a banda salarial deve constar dos anúncios de emprego.

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