“Espero que o setor privado tenha, uma vez mais, a capacidade de resiliência que nos habituou”, diz managing partner da Antas da Cunha

O managing partner da Antas da Cunha, Fernando Antas da Cunha considera que o país tem vindo a construir uma reputação internacional, mas que “de uma assentada estamos a destruir todo esse legado".

Fernando Antas da Cunha, managing partner da Antas da Cunha Ecija, confessou à Advocatus que está “especialmente apreensivo” com o próximo ano, uma vez que o contexto internacional e interno fazem com que seja um pouco pessimista.

O advogado considera que Portugal tem vindo a construir uma reputação internacional, que levou à atração de vários investimentos, mas que “de uma assentada estamos a destruir todo esse legado”. “A incerteza, a insegurança jurídica, os avanços e recuos que o governo já nos habituou, não podem não ter um impacto extremamente relevante no momento de um investidor tomar decisões”, disse.

Que reforma espera a curto prazo para Portugal em 2024?

Há vários anos que, por esta altura do ano, escrevo acerca daquilo que são as minhas expectativas para o ano seguinte. Por uma razão, ou por outra, existem sempre um conjunto de incertezas que tornam difícil o exercício que me pedem. Contextos como, intervenção do FMI, Covid, Guerra na Ucrânia, etc.. passaram a fazer parte das nossas vidas. Sem prejuízo, confesso que este ano estou especialmente apreensivo pois o contexto internacional e, especialmente, o contexto interno, leva-me a ser um pouco pessimista, característica que não faz parte da minha maneira de ser.

Sem prejuízo da recente crise política, faz-me a maior das confusões como se podem tomar tão más decisões num tão curto espaço de tempo. Desde há uma década a esta parte, Portugal construiu uma reputação internacional que levou à atração de vários investimentos para o nosso país. Foram implementados um conjunto de programas que, realmente, colocaram-nos numa posição que não tínhamos em 2010. De uma assentada, estamos a destruir todo esse legado. A incerteza, a insegurança jurídica, os avanços e recuos que o governo já nos habituou, não podem não ter um impacto extremamente relevante no momento de um investidor tomar decisões se avança, ou não, para um determinado projeto.

Fernando Antas da Cunha, managing partner da Antas da Cunha ECIJAHugo Amaral/ECO

No plano interno, a brutal carga fiscal a que estamos sujeitos, leva ao êxodo de muito do nosso talento e empresários a procurar outros destinos.

Centrando-me agora no setor jurídico e da advocacia em particular, temos vivido anos muito positivos, com um crescimento transversal do setor. Crescemos as nossas estruturas, investimos na inovação, aumentámos remunerações, criámos muitos postos de trabalho. Espero que o setor privado tenha, uma vez mais, a capacidade de resiliência que nos habituou, de forma a que os impactos que possam derivar destas políticas desastrosas sejam o menos impactante possíveis.

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