Caixa com prejuízos de 39 milhões no primeiro trimestre

O banco liderado por Paulo Macedo manteve-se em terreno negativo no arranque deste ano. Registou prejuízos de 39 milhões de euros, encolhendo-os para metade face ao ano passado.

Paulo Macedo, presidente executivo da CGD, na apresentação de resultados do primeiro trimestre de 2017

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) continua a dar prejuízo. O banco estatal encerrou os primeiros três meses com um resultado líquido negativo de 39 milhões de euros, isto depois de ter terminado o último ano com prejuízos recorde de 1.859 milhões de euros.

“O resultado líquido do trimestre foi negativo, de -38,6 milhões de euros, impactado por custos não recorrentes de 58 milhões de euros (42,1 milhões de euros líquido de impostos)”, refere o banco liderado por Paulo Macedo na apresentação dos resultados feita na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Apesar do resultado negativo, os prejuízos foram bem menos expressivos do que os registados no período homólogo em que ascendiam a 74 milhões de euros. A CGD nota, no entanto, que o “resultado líquido recorrente [ou seja, excluindo efeitos extraordinários] atingiu 3,5 milhões de euros”.

“O resultado de exploração core alcançou 147,4 milhões de euros no trimestre, uma subida de 63,1% face ao trimestre homólogo de 2016, impulsionado pelo crescimento da margem financeira e pela redução verificada nos custos operativos recorrentes“, diz a CGD que está a encerrar balcões no país. O caso mais polémico é o de Almeida.

“A margem financeira atingiu os 326,1 milhões de euros (+50,8 milhões de euros, +18,4% face ao 1º trimestre de 2016), beneficiando da forte redução sentida no custo de financiamento (-114,4 milhões de euros, -28,3%)”.

Já relativamente ao produto bancário, o banco revela que houve uma progressão “face ao trimestre homólogo 65,2%, (+193,2 milhões de euros), situando-se em 489,6 milhões de euros, com contributos positivos da margem financeira (+50,8 milhões de euros) e dos resultados em operações financeiras (+178,9 milhões de euros)”.

Menos crédito em risco

A CGD, que em 2016 assumiu elevadas imparidades nas suas contas, mantém rácios de créditos em incumprimento elevados, mas a encolher. “Os valores dos rácios de Non Performing Loans (NPL) e Non Performing Exposure (NPE) brutos atingiram em março último respetivamente 11,8% e 15,4%, tendo os mesmos rácios líquidos de imparidades alcançado 6,5% e 8,6%”, diz a CGD. E as coberturas estão a aumentar.

“O crédito em risco reduziu-se para 10,4% em 31 de março de 2017 (11,9% em março de 2016), com uma cobertura por imparidades de 77%”, nota o banco, sublinhando que o “custo do risco de crédito do trimestre situou-se em 0,17%, confirmando a trajetória
descendente esperada após o exercício de avaliação de ativos levado a cabo no final de 2016”.

Rácios sólidos após recapitalização

Neste primeiro trimestre, a CGD concluiu o plano de recapitalização acordado entre o Estado Português e a Comissão Europeia, plano esse que permitiu injetar 4,4 mil milhões de euros no banco estatal, permitindo assim um reforço dos rácios da maior instituição financeira portuguesa.

A CGD nota que este processo “permitiu à CGD um substancial aumento dos seus rácios de capital que atingiram em 31 de março de 2017 12,3% (Common Equity Tier 1, phased-in) e 14,2% (rácio total)”.

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