Resolver malparado sem ajuda estatal é “desafiante”, diz o Haitong Bank

O Haitong Bank avisa que bancos estão numa situação limite. Para o analista Carlos Cobo, a solução do crédito malparado sem ajuda estatal, como propõe o Governo, é "improvável".

Mário Centeno está a preparar um nova lei para solucionar o problema do crédito malparado, mas o Haitong Bank não acredita que a solução exclua “ajuda estatal”. “A proposta para evitar a ajuda estatal e para desenhar uma solução privada comandada pelo sistema bancário é particularmente desafiante”, escreve Carlos Cobo.

A análise vem no seguimento da entrevista do ministro das Finanças à Bloomberg onde Mário Centeno anunciou a preparação a medida. A lei pretende ajudar os bancos a venderem certos ativos para resolverem o problema do malparado.

A proposta para evitar a ajuda estatal e para desenhar uma solução privada comandada pelo sistema bancário é particularmente desafiante

Carlos Cobo

Analista do Haitong Bank

O objetivo é que as instituições financeiras retirem mais valor da restruturação dos seus empréstimos, resolvendo o problema do crédito malparado, um dos alertas dados pelas instituições internacionais como a OCDE e o FMI.

Apesar de a opinião ser neutra para o setor por ainda não existirem os detalhes finais, o analista Carlos Cobo considera que os bancos já estão numa situação “apertada”. Carlos Cobo alerta que os bancos têm “espaço limitado para absorver novas imparidades”.

Por isso, o analista do Haitong Bank considera que “remover o crédito malparado do balanço dos bancos iria provavelmente implicar o reconhecimento de novas imparidades e afetar os rácios de capital”.

Primeiro-ministro em linha com Centeno

Na entrevista ao Público, na semana passada, o primeiro-ministro tinha vincado a necessidade de um veículo para o crédito malparado, mesmo que isso vá contra a vontade dos banqueiros. “Há coisas que quando têm que ser têm mesmo que ser”, respondeu António Costa, abrigando-se nas recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI) e CE. Apesar de não se comprometer com uma data, Costa é categórico: “O país tem de entrar em 2017 com o sistema financeiro estabilizado, com boas condições de poder financiar a economia”.

Costa atacou o anterior governo por não ter resolvido o problema, sacrificando a solução “para simular a famosa saída limpa”. O primeiro-ministro relembrou que “há uns meses” havia “angústia”, mas agora – apesar de não querer ser “irritantemente otimista” – acredita que há um cenário mais positivo: “Chegaremos ao final deste ano com o nosso sistema financeiro tendo ultrapassado os caminhos de incerteza que o perturbaram no passado”.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

Editado por Paulo Moutinho

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