Santander estuda aumento de capital para compra do Popular
O Santander está a estudar a possibilidade de avançar com um aumento de capital no valor de 5.000 milhões de euros para mitigar os impactos da eventual compra do banco Popular.
O Santander estará a estudar a possibilidade de avançar com um aumento de capital de mais de 5.000 milhões de euros caso decida fazer uma oferta para a compra do banco Popular, avança a Bloomberg. A instituição de Ana Botín poderá vender ações como forma de reduzir o impacto que a incorporação do banco espanhol pode ter no seu capital.
Emilio Saracho está numa corrida contra o tempo para melhorar os resultados do Popular, procurando um comprador ou, em contrapartida, avançando também ele com uma venda de ações, caso não consiga encontrar um. A Bloomberg cita agora “fontes familiarizadas com o assunto” para indicar que uma venda de ações do Santander permitirá mitigar a pressão que os ativos tóxicos do Popular poderão, eventualmente, exercer sobre o capital do banco.
A agência sublinha que ainda não existe uma decisão final da parte do Santander relativamente à compra, ou como a mesma será financiada. A última vez que o dono do Totta no mercado nacional aumentou capital foi no início de 2015, com a venda de 7,5 mil milhões de euros em ações. Do lado do Popular, a instituição garante que se mantém com liquidez, mas tem vindo a desfazer-se de ativos para isso. Os mais recentes foram a posição no Targobank e uma parcela minoritária na Merlin Properties Socimi.
Recorde-se que, na última sexta-feira, a Bloomberg avançou também que o Popular se iria reunir com o Banco Central Europeu (BCE) esta terça-feira para pedir ajuda, nomeadamente um empréstimo adicional para reforçar a liquidez face à deterioração do crédito e aos resgates de depósitos. Para já, não há informação sobre o que ficou decidido nesse encontro, que decorreu em Frankfurt entre o presidente do banco e o administrador Ignacio Sánchez-Asiaín, com representantes do BCE.
Popular assiste a hemorragia na bolsa
O Popular caiu 6,21% na Bolsa de Madrid esta terça-feira, continuando uma série de oito sessões de perdas que levaram a uma redução de mais de mil milhões de euros na sua capitalização bolsista. Com esta descida, as ações do ficaram em 31,7 cêntimos, um mínimo histórico para a instituição. Na segunda-feira, as ações do banco tinham fechado a cair 18% e na sexta-feira terminaram com uma descida de 17,4%. Desde o início da semana passada, as perdas chegaram já aos 53%.
Após oito sessões consecutivas de descidas, a capitalização bolsista do banco está agora reduzida a 1.330 milhões de euros, a mais baixa de todo o IBEX 35, o principal índice da Bolsa de Madrid. O governador do Banco de Espanha, Luís Linde, recusou pronunciar-se sobre a situação do Popular, quando foi questionado sobre o assunto numa comissão do Senado. “Não posso dizer nada. Não é o momento nem venho preparado para isso”, afirmou.
(Notícia atualizada às 19h42 com mais informação)
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