Mário Centeno: “A Europa confia no rumo que Portugal está a traçar”
O ministro das Finanças diz que, há um ano, "poucos" acreditavam que Portugal seria capaz de sair do PDE. Hoje, a "Europa confia no rumo de Portugal" e os portugueses "confiam na política", afirma.
Mário Centeno afirma que, há um ano, “poucos” acreditavam que o país seria capaz de sair do Procedimento por Défice Excessivo (PDE). Mas isso aconteceu esta sexta-feira. O Conselho Europeu decidiu revogar o procedimento que era aplicado a Portugal desde 2009, depois de a Comissão Europeia ter recomendado esta saída. O ministro das Finanças realça ainda que a “Europa confia no rumo que Portugal está a traçar” e que os portugueses “confiam numa política que trouxe crescimento para todos”.
“Há um ano, poucos acreditavam na possibilidade de que hoje estamos a assistir [saída do PDE]. Mas gostaria de reafirmar esta ideia. Sim, foi possível. Foi possível Portugal sair do PDE com uma política distinta“, afirma Mário Centeno, de acordo com declarações transmitidas pela SIC Notícias. “Uma política que foi durante bastante meses denegrida, quer em direção ao Governo, mas também em prejuízo da imagem de Portugal”, acrescenta.
"Há um ano, poucos acreditavam na possibilidade de que hoje estamos a assistir [saída do PDE]. Mas gostaria de reafirmar esta ideia: sim, foi possível, foi possível que Portugal saísse do do PDE [Procedimento por Défice Excessivo] com uma politica distinta.”
O ministro das Finanças afirma ainda que “a Europa confia no rumo que Portugal está a traçar e que os portugueses confiam numa política que trouxe crescimento para todos. Os portugueses não querem o regresso a uma política que promoveu o empobrecimento”.
Sobre o mercado de dívida nacional, Centeno realça que “temos observado nas últimas semanas a uma descida muito significativa e sustentada das taxas de juro da dívida portuguesa nos prazos habitualmente comentados”. Como é o caso da taxa a dez anos. Esta sexta-feira, os juros estão a contrariar esta tendência de alívio — sobem perto de 3 pontos base para 2,893% –, mas a taxa continua abaixo dos 3%.
“Classificamos esta decisão [de saída do PDE] como um upgrade, como uma classificação positiva para o país. A expectativa que temos é que todo este movimento — que se sustenta numa consolidação das finanças públicas, com crescimento económico e um crescimento muito assinalável do emprego e queda do desemprego — trará boas notícias“, nota. Portanto, uma “valorização da dívida portuguesa”.
Fitch vai tirar Portugal do “lixo”?
As declarações de Mário Centeno acontecem no mesmo dia que a agência de notação Fitch vai pronunciar-se sobre o rating da República. O ministro das Finanças admite estar otimista. “[Há uma] reavaliação por todos das condições económicas e financeiras em Portugal. Todos esperamos que esta realidade se possa refletir numa reavaliação efetiva da agência”. Mas mantém a cautela: “Temos de esperar. Não podemos obviamente esconder que existe uma expectativa positiva”.
“O processo de reavaliação das agencias é um processo lento, que vai obviamente decorrer ao longo dos próximos meses. Vamos ter hoje um evento. Esperemos pelo resultado“, realça.
Reembolso antecipado ao FMI “até ao final do mês”
Portugal vai voltar a reembolsar antecipadamente a dívida junto do Fundo Monetário Internacional (FMI), revelou Mário Centeno. O ministro das Finanças prevê pagar mais mil milhões de euros até ao final deste mês, assim que obtiver a autorização por parte dos seus parceiros da zona euro para um programa de amortização antes do prazo, no valor de quase dez mil milhões de euros.
“Há um enorme consenso entre todos os países na razoabilidade e importância de tudo isto se concretizar para Portugal”, diz Centeno. “Esperamos ainda este mês podermos fazer uma amortização significativa da dívida ao FMI, sempre com a mesma cautela que nos tem guiado na gestão da dívida portuguesa”, afirma o ministro.
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