Altice compra a TVI. É hoje?
Administração da Prisa reuniu esta quinta-feira e um dos pontos na agenda foi a venda da Media Capital. Hoje há reunião de acionistas em Madrid e o negócio poderá ser anunciado nas próximas horas.
O anúncio da venda da Media Capital à Altice pode estar por horas, soube o ECO junto de fontes de mercado que conhecem o dossiê. Depois do anúncio formal das negociações no início desta semana, o conselho de administração da Prisa reuniu esta quinta-feira com este ponto na agenda e decorre, a esta hora, uma assembleia geral de acionistas, em Madrid, com uma proposta preliminar da Altice já apresentada ao conselho. Salvo alguma alteração inesperada, o negócio poderá, por isso, ser anunciado nas próximas horas ao mercado ou, no mínimo, uma autorização formal dos acionistas para a administração da Prisa fechar um acordo.
Oficialmente, ninguém comenta esta informação. O ECO enviou ontem perguntas oficiais à Prisa sobre a reunião de conselho e as expectativas para a ‘Junta General de Accionistas’, mas até ao momento não obteve respostas. E a Altice também não fez quaisquer comentários. Depois da notícia do Expresso do passado fim de semana, a Altice confirmou em comunicado na segunda-feira o segredo mais conhecido do meio empresarial: o grupo dono da PT Portugal está em negociações há meses com a Prisa e que aceleraram depois do grupo espanhol ter falhado a venda da Santillana. Qual é o preço base da negociação? 450 milhões de euros, revelou o El Confidencial. Mas não foi possível, até ao momento, confirmar se este é o valor do negócio que terá, ainda, de passar o crivo das entidades reguladores, a ERC e a Anacom e a própria Autoridade da Concorrência.
“Em resposta a uma solicitação dirigida pela CMVM, a Altice confirma que iniciou interlocuções exploratórias com a Promotora de Informaciones relativas à potencial aquisição da participação da Prisa na Media Capital, grupo português do setor dos media e com posições de liderança em televisão, produção audiovisual, rádio, digital, música e entretenimento”, informou o grupo de Media francês fundado por Patrick Drahi. Um comunicado ‘curto’ perante o desenvolvimento das negociações que já existem há meses.
Agora, a negociação passou para a fase da oficialização da proposta de compra, que terá sido feita nas últimas horas, e condição necessária para o conselho da Prisa o levar a assembleia geral de acionistas.
A Media Capital é a bala de prata do presidente da Prisa, Juan Luis Cebrian, para dar a resposta que alguns dos acionistas da Prisa exigem. O conselho da empresa de media espanhola contratou o Morgan Stanley para negociar a venda do grupo líder de comunicação social em Portugal, na televisão, na rádio e na produção, com a Plural. O grupo faturou 174 milhões de euros em 2016 e apresentou um valor de EBITDA da ordem dos 42 milhões de euros.
De acordo com fontes de mercado, citadas pela imprensa em Espanha, a Prisa terá de amortizar 958 milhões de euros até ao final do próximo ano. E com a decisão do conselho da Prisa de não aceitar as propostas que recebeu para vender a Santillana, sobra a operação em Portugal.
Do lado da Altice, liderada em Portugal por Paulo Neves, a possibilidade de aquisição de empresas de media nunca foi afastada. Em meados de dezembro, o gestor afirmou numa entrevista que “rumores existem sempre”. A Altice é um operador de telecom que, recorde-se, já tem negócios de media em França e em Israel.
De resto, também em dezembro, escreveu o Financial Times, o grupo liderado por Patrick Drahi quer oferecer oito novos canais aos clientes da operadora francesa SFR, também detida pela Altice. Com um objetivo: criar canais próprios e distribuir canais de outros estúdios, de forma exclusiva. Com a compra da Media Capital, a estratégia será a mesma?
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