Aviões enviados por Espanha estão concentrados em Ferreira do Zêzere

Proteção civil mandou evacuar aldeia de Arcos de Valdevez. Incêndios mais complicados são da Mealha, Alvaiazere, Ferreira do Zêzere que passou já para Vila de Rei e Carvalhosas.

Já chegaram a Portugal as primeiras ajudas resultantes do pedido que Portugal fez na noite de sábado de acionar o Mecanismo Europeu de Proteção Civil. Os meios são todos espanhóis e estão totalmente concentrados a combater o incêndio de Ferreira do Zêzere que entretanto já passou para Vila de Rei. Entretanto, foi necessário evacuar a aldeia de Arcos de Valdevez.

No habitual briefing diário que a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) foram identificados os incêndios que estão a ser acompanhados com mais atenção por parte das autoridades: os incêndios de Aveiro, na Mealha, Leiria, em Alvaiázere, o incêndio de Ferreira do Zêzere e o incêndio de Carvalhosas em Coimbra. “São os incêndios mais complicados e com o maior número de meios concentrados”, disse Patrícia Gaspar em declarações transmitidas em direto pelos vários canais televisivos de informação.

“Em território nacional já estão três aviões de Espanha, em concreto, um avião Canadair e dois Air tractor, dois aviões médios, assim como dois módulos terrestres de combate a incêndios”, todos eles concentrados no combate ao incêndio de Ferreira do Zêzere e do lado de Vila de Rei, que levou a autarquia a acionar o ativar o Plano Municipal de Emergência. Até agora só Espanha enviou ajuda na sequência do pedido nacional, mas as autoridades encaram esse facto com normalidade, porque os países típicos doadores nestas situações são também os que agora estão a braços com situações complicadas como França, Itália e a Grécia, sendo que Atenas está, neste momento a apoiar a Albânia, que vive também um cenário de incêndios florestais. Mas o pedido de ajuda de Portugal mantém-se.

Mas no combate às chamas os bombeiros não estão sozinhos. Patrícia Gaspar revelou que há vários pelotões militares em vigilância e em operações de rescaldo, nomeadamente, 600 elementos do exército, 100 militares da Marinha e sete militares da Força Aérea. Durante a tarde foi ainda pedido aos militares estabelecessem uma cozinha de campanha, para apoiar os esforços em Ferreira do Zêzere.

Minutos depois de concluído o segundo briefing diários da Autoridade Nacional de Proteção Civil, a Sic Notícias e o CMTV davam conta de que o incêndio de Parada do Pinhão, Sabrosa, em Vila Real, está a consumir várias casas, sem no entanto estarem em perigo quaisquer pessoas. Apesar do fumo intenso há meios aéreos a combater este incêndio que ao longo da tarde foi dado quase como extinto.

A magnitude do incêndio levou ao corte da Autoestrada 4 (A4) entre os nós de Lamares e Parada do Pinhão. Um troço da EN15, entre Parada do Pinhão e o nó da A4, também esteve cortado. Nesta manhã de segunda-feira, o fogo já está em fase de rescaldo.

O fogo deflagrou cerca das 13h00, junto à A4, chegou a ser dado como dominado e reativou-se, depois, com muita intensidade e empurrado pelo vento forte e cruzado, e seguiu em direção a três aldeias: Vilarinho de Parada, Parada do Pinhão e Paredes. O incêndio permanece com duas frentes ativas, Às 22h49, tendo já passado pelas aldeias. Segundo a página da Internet da ANPC, estão mobilizados para este incêndio cerca de 230 operacionais e 60 viaturas.

Fogo obriga a evacuações

Noutra frente de incêndio, a Proteção Civil mandou evacuar o lugar de São Sebastião, freguesia de Cabreiro, Arcos de Valdevez, como medida de precaução devido ao fumo causado pelo incêndio que deflagrou, no sábado às 22h25, em zona de mato.

Segundo fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viana do Castelo “a decisão foi tomada cerca das 17h48 e comunicada ao vereador da Proteção Civil municipal de Arcos de Valdevez e ao Gabinete Técnico Florestal”. A mesma fonte, citada pela Lusa, adiantou que “o fogo lavra em zona de mato e que não há habitações ameaçadas”.

Segundo a informação disponibilizada na página na Internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), às 18h31, o combate aquele incêndio mobilizava 87 operacionais apoiados por 22 viaturas e dois meios aéreos.

Ao longo da tarde também foi necessário retirar um idoso em São Vicente da Beira, no quadro do incêndio do Louriçal e além de dez pessoas das aldeias de Ribas, Matas, Corvelos e Braços, em Coimbra, devido ao incêndio das Carvalhosas, que tiveram de sair por precaução (evacuações preventivas). “São movimentações que esperamos que venham a ser temporárias até que existam novas condições de segurança par que possam regressar às suas casas”, explicou Patrícia Gaspar no briefing ao final da tarde.

A passagem do fogo de Ferreira do Zêzere para Vila de Rei “foi feita de forma extrema”, nas palavras da adjunta nacional de operações, que foi necessário solicitar meios para garantir evacuações, mas também “avaliar a presença das pessoas nas várias aldeias que existem na linha de propagação do incêndio“: Truta, Valadinha, Valadas, Alcaim, Valada, Seada, Cevão. As pessoas que vierem a ser evacuadas serão encaminhadas para a residência de estudantes e a casa paroquial de Vila de Rei. Patrícia Gaspar admite que, ao longo das próximas horas, se assistam a novas movimentações preventivas para que as pessoas não venham a ser apanhadas pelo incêndio.

Com o passar das horas, o fogo em Vila de Rei evoluiu, ameaçando aldeias o que obrigou a autarquia a ativar o Plano Municipal de Emergência. “Há muitas aldeias ameaçadas. Há muitos bombeiros, mas para a força do fogo eles também são poucos”, disse à Lusa o presidente da Câmara de Vila de Rei, Ricardo Aires, referindo que “algumas dezenas de pessoas” tiveram de ser retiradas, sem conseguir especificar o número concreto. De acordo com o autarca, o Plano Municipal de Emergência foi ativado às 19:30, sendo que “metade do concelho está a arder”.

A ANPC decidiu criar uma ocorrência própria para o fogo que se dirigiu para Vila de Rei, no distrito de Castelo Branco, face à extensão da frente. “O incêndio de Ferreira do Zêzere dividiu-se e uma das frentes foi para Vila de Rei, o que nos está a causar alguns problemas”, afirmou comandante Carlos Pereira, da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), confirmando que tiveram de ser evacuadas “várias aldeias por precaução”. A outra frente do fogo de Ferreira do Zêzere já se encontra no concelho de Abrantes, acrescentou.

De acordo com a página da Proteção Civil, o incêndio de Vila de Rei mobilizava, às 22h45, 228 operacionais e 73 meios terrestres. “Estamos a ativar ainda mais meios para esta ocorrência”, sublinhou o comandante da ANPC.

No distrito, lavra outro incêndio, no concelho de Castelo Branco, em que “há proximidade das chamas às casas” na localidade de Casal da Serra, disse à Lusa o presidente da Câmara, Luís Correia. No entanto, até ao momento, não foi necessário proceder à evacuação da povoação, vincou.

E no esforço de combate às chamas houve alguns feridos menores — 42 vítimas, desde o incêndio de Abrantes — situação que está a ser acompanhada pela proteção civil e pelo INEM. Só três casos inspiram mais cuidados, “uma situação comprometedora”, de uma mulher com queimaduras nos membros inferiores, e dois bombeiros.

Artigo atualizado às 07h06

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