Revisão em alta do PIB dá ânimo a Wall Street
Nem os tweets de Donald Trump, o míssil da Coreia do Norte ou a catástrofe no Texas impediram a bolsa norte-americana de valorizar esta quarta-feira. PIB e tecnológicas puxaram por Wall Street.
Os mercados reagiram de forma positiva à revisão em alta do PIB no segundo trimestre, ultrapassando as dificuldades dos últimos dias impostas pela incerteza internacional. A convicção reforçada pelas estatísticas de que a economia está a recuperar a um ritmo acelerado deu confiança aos investidores. O impacto do tweet de Trump sobre a Coreia do Norte dissipou-se com as boas notícias do crescimento económico, dizem os especialistas.
Em destaque nesta sessão estiveram as tecnológicas. A Apple atingiu um máximo intradiário enquanto as ações da Netflix subiram mais de 4% numa só sessão. Esta valorização surge depois dos analistas da Bernstein dizerem que a retirada dos conteúdos da Disney não irá afetar o desempenho das ações da plataforma. As ações da Alphabet e da Facebook subiram praticamente 2%.
As subidas das tecnológicas levaram o Nasdaq a valorizar 1,05% para os 6.368,21 pontos. Acompanhando a tendência das bolsas europeias, o Dow Jones avançou 0,12% para os 21.892,43 pontos e o S&P 500 valorizou 0,46% para os 2.457,59 pontos. Para trás ficou mais um tweet alarmante do presidente dos Estados Unidos onde este dizia que “o diálogo não é a solução” com a Coreia do Norte, no seguimento do lançamento de um míssil que sobrevoou o Japão.
“Não me parece que o mercado esteja extremamente nervoso”, afirma o especialista Michael Antonelli, à Bloomberg, assinalando que, com o tempo, “este tipo de tweets passa a ter cada vez menos impacto no mercado“. Ainda assim, persiste a catástrofe no Texas, o que está a ter impacto nas cotadas do setor energético.
A tempestade tropical Harvey continua a fazer estragos, tendo atingido esta quarta-feira 24% das refinarias norte-americanas, segundo a Reuters. Ao todo serão 4,4 milhões de barris por dia que passam a não ser produzidos. Os preços da gasolina continuaram a subir para máximos de dois anos.
Desde o terceiro trimestre de 2014 que a economia norte-americana não crescia tanto. A segunda estimativa do gabinete de estatísticas económicas dos EUA aponta para um crescimento da economia de 3%, acima dos 2,6% da primeira estimativa. A economia norte-americana cresceu através do aumento do consumo interno e do investimento de não residentes. Em contrapartida, a despesa dos Estados federais foi revista em baixa, contribuindo menos para a recuperação económica.
Além de aumentar o passo do crescimento face ao primeiro trimestre, a economia dos EUA no segundo trimestre superou o ritmo de recuperação dos últimos dois anos. Para ver um número superior a 3% é preciso recuar ao segundo e ao terceiro trimestre de 2014, quando a economia subiu mais de 4%. O desempenho da economia é um dos principais fatores que vai pesar na decisão da Fed de aplicar um novo aumento da taxa de juro ainda este ano.
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