China faz afundar moedas virtuais. Perdas chegam aos 15%
O banco central da China decidiu proibir as ofertas públicas iniciais de moeda (ICO), a operação financeira que dá origem a novas moedas virtuais. Bitcoin derrapa 7%, Ethereum afunda 15%.
Sabe o que é uma ICO? É uma oferta pública inicial de moeda, a operação que faz nascer uma moeda virtual, um método usado por muitas empresas para angariarem capital. O mecanismo tem ganhado popularidade, suportado na valorização estratosférica da maior moeda deste género, a bitcoin. Agora, o banco central da China decidiu declarar a operação ilegal.
Estima-se que o montante aplicado nestas ofertas já tenha alcançado 1,6 milhões de dólares, com os investidores expectantes de recuperar o valor com ganhos muito expressivos. No entanto, o regulador chinês da banca, um dos grandes mercados para as moedas virtuais, solicitou o fim de todas as ICO em curso, uma decisão bastante desfavorável a este mercado em ascensão.
Segundo a Bloomberg, o banco central refere que levou a cabo investigações a organizações e pessoas ligadas a estas operações e concluiu que este tipo de atividades financeiras provocam distúrbios na ordem financeira. Por isso, na ótica do regulador, a atividade deve ser banida.
O banco central da China é o primeiro regulador a pronunciar-se sobre as ICO, numa altura em que se espera que outros países façam o mesmo. No entanto, a decisão está a condicionar o valor das moedas virtuais esta segunda-feira: face à notícia, a bitcoin desvalorizou 7,2% para 4.530,73 dólares, a maior queda desde julho. Já o Ethereum, outra das moedas mais populares, estava a fundar 15,74% para 296,74 dólares a moeda.
Numa ICO, uma empresa ou entidade propõe-se a vender a moeda virtual com base num preço inicial. Quem estiver disposto a pagar esse preço ficará com o valor correspondente nessa nova divisa. As oscilações deste mercado, caracterizado pela sua grande volatilidade, ditarão se o valor investido, ao fim de algum tempo, terá engordado ou emagrecido.
É a lei da oferta e da procura a funcionar, numa operação que muitas empresas estão a usar como forma de angariarem capital. Muitas vezes, estas divisas são apenas válidas nas empresas que as emitem, pelo que a valorização está também dependente da saúde e dos resultados da empresa.
As moedas virtuais assentam numa tecnologia chamada blockchain. Acredita-se que a tecnologia poderá revolucionar o setor financeiro (e não só), mas face às grandes valorizações que estas moedas têm vindo a registas, há também alertas de que as criptomoedas, como também são chamadas, poderão ser uma bolha prestes a rebentar.
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