Cristas: “Não foi ano e meio ou dois anos que fizeram a diferença”

  • Lusa
  • 17 Setembro 2017

Assunção Cristas, líder do CDS, disse não compreender como é que o Governo reclama os louros da subida do rating quando portugueses fizeram "sacrifícios" para tirar o país da "bancarrota de Sócrates".

A presidente do CDS-PP defendeu este sábado que quem fez sacrifícios para tirar Portugal “do buraco da bancarrota em que foi metido pelo engenheiro Sócrates” não compreende que o atual primeiro-ministro reclame todo o mérito da subida de ‘rating’.

“Parece-me extraordinário que o primeiro-ministro, depois de tantos sacrifícios que os portugueses fizeram, depois de termos baixado um défice 11% para 2,9% no anterior Governo, agora entenda que foi em dois anos em que algumas medidas relevantes foram travadas, como, por exemplo, uma reforma do IRS, que o mérito é todo dele”, defendeu Assunção Cristas.

A líder centrista considerou que “não fica bem, as pessoas não entendem isso”: “Quem fez sacrifícios para tirar Portugal do buraco da bancarrota em que foi metido pelo engenheiro Sócrates sabe bem que não foi um ano e meio ou dois anos que fizeram a diferença”.

“Gostaríamos todos que tivesse sido diferente, mas também sabemos quem é que teve a responsabilidade das causas”, argumentou a presidente do CDS-PP, em declarações aos jornalistas durante uma ação de campanha à Câmara de Lisboa, em que encabeça a lista da coligação “Pela Nossa Lisboa” (CDS-PP/MPT/PPM).

Assunção Cristas falava em cima de uma bicicleta no Terreiro do Paço, prestes a partir para um passeio de cicloturismo, em que participaram também os cabeças de lista do PCP, João Ferreira, do Bloco de Esquerda, Ricardo Robles, da coligação “Lisboa Sim” (PDR/JPP), Carlos Teixeira, bem como representantes das listas do PS e do PSD.

O secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, afirmou no sábado que foi o Governo PS que “virou a página do ‘lixo'”, em resposta à reação dos partidos da direita sobre a subida do país nas avaliações das agências internacionais de ‘rating’. “A direita bem pode dizer que teria feito o mesmo. Há uma coisa que nós sabemos: não fez e nós fizemos”, declarou, argumentando que é “importante” como foram alcançados estes resultados, “não aumentando impostos e não cortando salários e pensões”.

Na sequência destas afirmações, o presidente do PSD e ex-primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, acusou António Costa de “sectarismo e mesquinhez” sem paralelo na história democrática portuguesa ao dizer “nada” sobre o papel do anterior Governo na subida do ‘rating’. “Quero dizer ao dr. António Costa o seguinte: é uma atitude de um primeiro-ministro que revela um sectarismo e uma mesquinhez como não encontro paralelo na história democrática do país”, acusou.

A agência de notação financeira Standard and Poor’s decidiu na sexta-feira tirar Portugal do ‘lixo’, revendo em alta o ‘rating’ atribuído à dívida soberana portuguesa de ‘BB+’ para ‘BBB-‘, um primeiro nível de investimento. Com esta revisão em alta para ‘BBB-‘, com perspetiva ‘estável’, Portugal volta a ter uma notação de investimento, atribuída por uma das três principais agências de ‘rating’ mundiais. Desde 2012 que a agência atribuía à dívida soberana portuguesa um rating ‘BB+’, a nota mais elevada de não investimento, com uma perspetiva ‘estável’.

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