Costa: Se BE e PCP fossem Governo, tinham feito o mesmo

  • ECO e Lusa
  • 17 Setembro 2017

António Costa está confiante de que há acordo com os partidos de esquerda numa altura em que o Parlamento se prepara para negociar o Orçamento do Estado para o próximo ano.

O primeiro-ministro considerou que estão alinhadas as agulhas entre Governo e partidos de esquerdaPaula Nunes / ECO

António Costa considerou que se Catarina Martins e Jerónimo de Sousa ocupassem o lugar de primeiro-ministro, teriam ido “tão longe” como foi o atual Governo do PS. Em mais uma parte da entrevista dada ao Diário de Notícias [acesso livre], o chefe do Governo disse: “Tenho a certeza de que se o Jerónimo de Sousa [líder do PCP] ou a Catarina Martins [líder do BE] estivessem aqui na minha função, porventura iriam tão longe quanto aquilo que nós temos ido.”

Confrontado com a postura dos parceiros de Governo, que têm vindo a reclamar maior investimento em áreas como a Educação e a Saúde, o primeiro-ministro recusou chamar-lhes “críticas” e considerou, antes, ser uma “coincidência de posições”. “Esse aumento do investimento está a existir e, portanto, não é crítica, há um total alinhamento de políticas. Se me disser que o PCP e o Bloco gostavam que fossemos ainda mais longe eu digo-lhe que também eu gostava”, afirmou.

Sobre se o acordo entre o PS e os partidos de esquerda, que viabiliza o Governo, estará prestes a ser cumprido (o que levaria a um reforço das exigências e da pressão sobre o Executivo), António Costa desvalorizou: “Há tanta coisa para fazermos em conjunto e para continuarmos a fazer. Cumprimos integralmente uma fase essencial que era a reversão das medidas que o Governo anterior tinha implementado em matéria de cortes de rendimento, mas temos tanto que fazer ainda”, indicou.

Entre as áreas de atuação, o governante destacou que há trabalho a fazer “na melhoria da qualidade dos serviços públicos, na melhoria do investimento, em dotar o país de uma visão estratégica que consolide um modelo de desenvolvimento que não procure o empobrecimento coletivo, os baixos salários e a destruição de direitos, mas pelo contrário aposte naquilo que é fundamental que é a qualificação, a inovação, a valorização dos nossos recursos”. “Requer simplesmente a manutenção da nossa vontade política de seguir em frente”, concluiu.

Catarina Martins não concorda com PM

A coordenadora do BE contrariou o primeiro-ministro este sábado, considerando que a execução orçamental de 2016 mostra que era possível “ter ido mais longe” em setores essenciais, sublinhando que não é o programa eleitoral socialista que está a ser implementado.

Durante uma ação de pré-campanha para as autárquicas, em Santarém, Catarina Martins foi questionada pelos jornalistas sobre esta declaração do chefe de executivo, tendo sido perentória ao afirmar que “os próprios dados da economia e da execução orçamental do ano passado mostram que podíamos ter ido mais longe”. “Ficou a faltar investimento em tanta coisa e, de facto, gastámos menos do que poderíamos ter gasto nos setores essenciais e as contas da execução orçamental mostram-no”, concretizou.

Mas os recados ao primeiro-ministro não ficaram por aqui, tendo a líder bloquista considerado que “há uma grande consciência no país de que o que está a acontecer não é o programa eleitoral do PS”. “E ainda bem porque parámos os cortes nas pensões, parámos a facilitação dos despedimentos, parámos menos contribuições para a Segurança Social que iam desproteger todo o sistema e temos dado alguns passos, que embora tímidos, são significativos”, justificou.

(Notícia atualizada às 12h54 com reação de Catarina Martins)

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