Afinal, Theresa May diz que tem apoio da sua equipa

  • ECO
  • 6 Outubro 2017

May desfaz teoria de iminente demissão com a confirmação de que tem apoio dos seus. Teto para despesas energéticas proposto por primeira-ministra não deve avançar para já. Goldman Sachs muda de casa.

Trinta deputados querem a demissão de Theresa May? A chefe do Governo britânico nega essa teoria e adianta que tem “apoio total da sua equipa“.

Segundo o antigo chairman do partido conservador, Grant Shapps, quase três dezenas de parlamentares desejavam a demissão da primeira-ministra. “O que o país precisa é de uma liderança calma e é isso que eu lhe estou a dar com o apoio total da minha equipa“, já esclareceu May, de acordo com a BBC.

A popularidade de chefe de Governo tem andado enfraquecida, no seio do seu próprio partido, desde que decidiu convocar eleições antecipadas, o que acabou por significar a perda da maioria conservadora.

A conferência anual do partido, que terminou, esta quarta-feira, era apontada como sítio ideal para May voltar às boas graças dos seus pares, mas um discurso atribulado — marcado por tosse, piadas e alguma confusão com os cartões — acabou por não ajudar o seu caso.

Setor energético contra-ataca

Esta quarta-feira, em Manchester, Theresa May prometeu criar um teto para as despesas com a energia, levando as energéticas a mínimos de 14 anos, no mercado de ações. Algumas das principais figuras dessa indústria já reagiram, considerando praticamente impossível concretizar o plano da primeira-ministra ainda este inverno.

Segundo o The Guardian, fontes do setor garantem que aplicar para já o teto em todas as tarifas variáveis seria “extremamente desafiante“.

“Os consumidores estão a ter prejuízos…e poderiam ser aliviados antecipadamente”, adiantou, por outro lado, o secretário dos Negócios, Energia e Estratégia Industrial. Uma primeira versão da proposta de May — que afetará 12 milhões de lares, no Reino Unido — será publicada já na próxima semana. Segue-se o escrutínio do comité dos Negócios, Energia e Estratégia Industrial (o que pode demorar 8 a 12 semanas), bem como a aprovação parlamentar. No total, o processo deverá prolongar-se por, pelo menos, seis meses. Só no final de 2018 devem, assim, os britânicos sentir os frutos dessa medida.

Ainda que este teto não entre em vigor para já, um limite menos abrangente — que deverá abarcar dois milhões de cidadãos — entrará em vigor, em janeiro. As ações da Centrica, empresa que integra a British Gas, continuam a afundar, desde que, esta quarta-feira, recuaram para níveis de 2003. Os títulos da energética estão agora a desvalorizar 1,73%.

Brexit empura Goldman Sachs para Frankfurt

O Brexit continua a agitar o mundo dos negócios, com a Goldman Sachs agora a mudar de casa. O grupo financeiro sediado em Nova Iorque acabou de arrendar mais escritórios em Frankfurt, Alemanha, com capacidade para mil colaboradores. Segundo a multinacional, o crescimento dará espaço “para executar o plano de contingência relativo ao Brexit“.

Atualmente, a Goldman Sachs tem 200 colaboradores em Frankfurt e cerca de 6.000 no Reino Unido. Faz parte dos seus planos, investir no recrutamento nos países da Zona Euro para gerir o volume de trabalho extra que passará a ser gerido no continente e já não em Londres.

De acordo com o The Guardian, o grupo já deixou claro que, na ausência de um acordo para a saída, isto é, na eventualidade de um “hard Brexit”, seriam tomadas medidas imediatas para esta transição. Theresa May confirmou, esta quarta-feira, em Manchester, que “com ou sem acordo” o Reino Unido sairá da União Europeia e que está preparado para tal.

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