Montepio passa no teste. “Não está previsto aumento de capital em 2018”, afirma José Morgado

O banco passou no teste do BCE que avalia a solidez da instituição financeira, o SREP. Ao ECO, José Morgado afirma: "Não está previsto aumento de capital em 2018".

Supervisory Review and Evaluation Process ou, simplesmente, SREP. Este é o mais recente exame imposto pelo Banco Central Europeu (BCE) aos bancos. E o Montepio passou. Tal como os restantes bancos, também a instituição financeira liderada por Félix Morgado cumpre os requisitos mínimos de capital exigidos pela entidade liderado por Mario Draghi. “Não está previsto um aumento de capital [do Montepio] em 2018”, assegura José Félix Morgado ao ECO.

“Os rácios observados a 30 de setembro de 2017 pela Caixa Económica Montepio Geral encontram-se acima dos novos rácios prudenciais exigidos, considerando os requisitos em termos de Pilar 2 e as demais reservas aplicáveis, quer em termos de CET1 (Common Equity Tier 1), Tier 1 e rácio total”, refere o Montepio num comunicado. O banco liderado por Félix Morgado diz que o o rácio CET1 faseado ficou nos 13% e o rácio total fixou-se nos 13,2%, face ao mínimo exigido pelo BCE de 9,4% e de 12,9%, respetivamente. O rácio phaing in pro-forma – que inclui os chamados os ativos por impostos diferidos, ou DTAs, comparável com os outros bancos – fixou-se nos 13,7%, claramente acima do mínimo exigido. Este regime só está disponível para as sociedades anónimas, estatuto que só agora o Montepio tem. E já terá solicitado ao Ministério das Finanças o acesso àquele regime fiscal.

Além do rácio pro-forma, isto é, incluindo os DTAs, o Montepio vai também avançar nos próximos meses com uma emissão de obrigações imposta pela supervisão europeia, à semelhança do que foi decidido para os outros bancos. E que contará, depois, para o rácio total do banco. O valor ainda não está definido, mas a administração de José Morgado estava a trabalhar numa emissão superior a 200 milhões de euros. A decisão final, claro, caberá ao novo presidente indigitado, Nuno Mota Pinto.

José Félix Morgado – cuja saída da presidência do Montepio já está anunciada para as próximas semanas – não comenta as notícias sobre a entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no capital do banco detido hoje a 100% pela Associação Mutualista, mas a sua posição acaba por ficar, implicitamente, clara: “Reforçámos os rácios de capital e a posição de liquidez e diminuímos o recurso ao BCE, para um valor inferior a 1,5 mil milhões de euros”. E, sem falar nos resultados de 2017, revela que tem perspetivas positivas em linha com o que se passou nos três primeiros trimestres do ano, com resultados líquidos positivos.

O anúncio do Montepio é feito depois de a Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, BPI e Totta terem revelado, no final do ano passado, os resultados deste teste à sua solidez. Todos passaram com nota positiva no teste que o BCE realiza para avaliar a situação de uma instituição de crédito em termos de requisitos de fundos próprios e o modo como responde a riscos.

O SREP sintetiza, segundo o banco central, “todas as conclusões retiradas pelas autoridades de supervisão ao longo de determinado ano e dita o ‘trabalho de casa’ das instituições de crédito”. Depois cabe a cada banco decidir se revela o resultado deste exame. Até agora, todas as instituições financeiras têm decidido divulgar.

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