Haitong soma prejuízos de 130 milhões

Agravamento dos prejuízos de 35% face a 2016 não impede equipa de gestão do Haitong de falar em sinais positivos. Reestruturação custou 50 milhões.

O Haitong revelou hoje as suas contas de 2017 ao mercado apresentado um prejuízo de 130 milhões de euros, um agravamento 35% dos resultados líquidos negativos, uma redução de 25% da sua carteira de crédito e imparidades no montante de 86 milhões de euros.

“Os elevados custos de restruturação e as imparidades relacionadas com a deterioração da carteira de crédito conduziram ao elevado prejuízo registado pelo banco, exigindo o apoio adicional do acionista no reforço do seu capital”, sintetizam o presidente da comissão executiva, Wu Min, e o presidente do conselho de administração, Lin Yong, na mensagem conjunta no início do relatório e contas de 2017, publicado esta terça-feira na CMVM. O banco realizou diversos aumentos de capital no total de 419 milhões de euros: “200 milhões em novos fundos e 219 milhões de euros através da conversão em capital de 80 milhões de euros em instrumentos AT1 e de 139 milhões de euros de um empréstimo acionista”, precisa o documento.

O Haitong também comunicou esta terça-feira ao mercado a emissão de 130 milhões de dólares em dívida perpétua para reforçar os seus capitais.

Apesar destes indicadores negativos, os responsáveis da instituição estão “otimistas quanto ao futuro” e tendo em conta os “resultados operacionais mensais positivos”, mas também o facto da agência de notação financeira S&P ter melhorado a perspetiva do rating do banco, de negativa para estável. “Embora estejamos plenamente conscientes dos grandes desafios que nos esperam, estes sinais demonstram que estamos no caminho certo”, sublinham.

Os prejuízos de 130 milhões de euros foram “penalizados pela deterioração” da carteira de crédito — que sofreu uma redução de 25%, atingindo um montante líquido de 630 milhões de euros –, “que conduziu a imparidades e provisões adicionais no montante de 86 milhões de euros em 2017″, revela o relatório e contas. Este resultado compara com os prejuízos de 96,18 milhões registado no ano anterior.

Os ativos financeiros também registaram uma quebra de 56% em 2017, “resultante de uma redução prudente do balanço devido às restrições de capital”, justifica o banco. Sendo que a indisponibilidade de capital para investir em novos ativos “explica, em parte, a descida das receitas”. De acordo com o mesmo documento.

Mas nem tudo foi mau. Ao longo de 2017 houve uma redução de 42% no stock de crédito com incumprimento, as comissões aumentaram 65%, para 56,3 milhões de euros, e os custos operacionais também caíram, isto se for descontado o efeito extraordinário do plano de reestruturação implementado o ano passado, que custou 50 milhões de euros. Se esse efeito não for descontado então os custos operacionais registam “um crescimento homólogo de 5,5%, atingindo 126 milhões de euros”. A gestão do banco reconhece que esta operação de reestruturação foi fundamental — “um passo crucial” — para que o banco possa “registar resultados operacionais positivos”.

“Durante o último ano, estivemos concentrados em reformular a estratégia do banco, reajustando a dimensão da organização, a cultura empresarial e a sua base de custos”, explicam Wu Min e Lin Yong. Mas agora, do ponto de vista estratégico, o Haitong “pretende explorar os fluxos de negócio entre a China e a Europa e entre a China e a América Latina, capitalizando no seu posicionamento competitivo nesses mercados”. Mas também aproveitar a “enorme oportunidade” que representa a “crescente proeminência da China como potência económica global”.

O banco não deixou de recordar a entrada de novos membros para o conselho de administração do ex-Besi, nomeadamente Alan do Amaral Fernandes, António Domingues, Christian Georges Jacques Minzolini, Mo Yiu Poon, Pan Guantao, Paulo José Lameiras Martins, Vincent Marie L. Camerlynck e Xinjun Zhang que receberam luz verde do Banco de Portugal para inicial funções no início de 2017.

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