Rácios mais fortes são arma para resolver malparado da banca, diz a DBRS
A agência de notação canadiana alerta que os bancos continuam a enfrentar o desafio do crédito malparado. Mas reconhece que o reforço dos rácios de capital torna esta tarefa mais fácil.
Os resultados dos bancos portugueses, à exceção do Novo Banco, revelam sinais de recuperação no setor, reconhece a DBRS. Contudo, a agência de notação canadiana alerta que os bancos continuam a ter um desafio pela frente: reduzir o crédito malparado. Um problema que é agora mais fácil de solucionar, uma vez que os rácios de capital mais fortes oferecem uma “maior flexibilidade” para resolver este fardo que ainda pesa na rentabilidade.
“A DBRS considera que os resultados dos bancos portugueses para 2017 (à exceção do Novo Banco) mostram sinais fortes de recuperação e estão a beneficiar de uma melhoria do desempenho das atividades domésticas”, refere a agência canadiana numa nota. Mas deixa um alerta: ainda há desafios, nomeadamente a necessidade de limpar os empréstimos em incumprimento que ainda têm impacto negativo no balanço dos bancos.
"Os bancos portugueses ainda enfrentam desafios, incluindo a execução dos planos de redução de malparado. No entanto, a DBRS considera que os bancos têm atualmente uma maior flexibilidade para enfrentarem estes desafios, apoiados pela melhoria das posições de capital e financeira, reforço dos níveis de cobertura de NPL [crédito malparado] e recuperação económica de Portugal.”
“Os bancos portugueses ainda enfrentam desafios, incluindo a execução dos planos de redução de malparado. No entanto, a DBRS considera que os bancos têm atualmente uma maior flexibilidade para enfrentarem estes desafios, apoiados pela melhoria das posições de capital e financeira, reforço dos níveis de cobertura de NPL [crédito malparado] e recuperação económica de Portugal”, nota a agência de notação.
Segundo a DBRS, o rácio CET1 médio, totalmente implementado, dos bancos portugueses foi de 12,7% no final do ano passado, o que representa uma melhoria significativa face aos 9,9% registado no final de 2016. Os rácios de capital, refere a agência, “beneficiaram da emissão de dívida AT1 da CGD no valor de 500 milhões de euros e de dívida AT2 do BCP no montante de 300 milhões de euros”.
O Banco de Portugal também já veio reconhecer esta melhoria. Nos dados estatísticos do sistema bancário português, o banco central destacou os rácios de fundos próprios do sistema bancário que “aumentaram no quarto trimestre de 2017, em resultado do incremento dos capitais próprios”. O rácio de fundos próprios totais situou-se em 15,2% em dezembro de 2017, tendo aumentado 0,5 p.p. face a setembro de 2017, disse. Face ao final do ano anterior, o aumento é mais expressivo. Estava em 12,3%.
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