Santander, Mini, Lufthansa e Pescanova têm nova cara. Porquê?

Seja para se adaptarem ao mundo digital, seja para marcarem um novo momento depois de um período difícil, várias grandes marcas decidiram mudar de imagem, nos últimos meses: do Santander à Pescanova.

Santander, Mini, Pescanova, Lufthansa e Danone. Estas são algumas das grandes marcas que, nos últimos meses, decidiram mudar de cara. Porquê? A transformação pode marcar uma nova etapa nos negócios ou a adaptação aos pedidos dos consumidores, explica o diretor-geral criativo da agência de publicidade Leo Burnett. Ao Expansión, Juan García-Escudero reforça que esse processo de alteração é fundamental para as empresas e avisa: este não é um caminho livre de erros.

De acordo com o espanhol, em conjunto com o nome e o slogan, a imagem corporativa é um dos ativos visuais com maior peso na definição da companhia junto do consumidor, ajudando-a a diferenciar-se e a cultivar a sua lealdade.

É esse peso que torna este um processo delicado, especialmente no caso das marcas que oferecem produtos que fazem parte das rotinas dos clientes, garante o mesmo. A empresa “pode cometer um erro e fazer uma mudança repentina que ninguém entende”, salienta García-Escudero, referindo o exemplo da norte-americana Gap, cuja alteração de imagem agitou as redes sociais de tal forma que o novo logótipo acabou por ser abandonado pela empresa.

O profissional vai mais longe e aponta a cor como uma das principais características da representação visual das companhias. Juan García-Escudero nota que, em alguns casos, a tonalidade tornou-se mesmo uma imagem de marca dessas empresas como o típico azul da nova-iorquina Tiffany & Co (o chamado Tiffany Blue, no inglês original).

Portanto, explicações dadas, como e por quais razões mudaram os seus logótipos as grandes marcas, nos últimos meses? A modernização e a criação de um elo ao mundo digital parece ser o traço comum.

Santander muda, mas mantém a chama

No final de março, o banco Santander trocou o seu clássico fundo vermelho por um fundo branco, numa renovação que pretendia fazer da sua imagem “mais moderna e adequada aos canais digitais”.

O novo logótipo vai “transmitir melhor a nova cultura corporativa e reforçar a estratégia [do Santander de se tornar] numa plataforma digital e aberta de serviços financeiros”, explicou, na ocasião, a instituição. O banco espanhol escolheu, no entanto, deixar a icónica chama, transmitido força e confiança.

Mar inspira mudança

Pela primeira vez na sua história, a Pescanova reformulou a sua imagem corporativa. Aos 60 anos de idade, a empresa manteve o vermelho e as maiúsculas como sua cara, mas acrescentou-lhes a inspiração da brisa marítima e do movimento das bandeiras ao vento, adiantou a agência publicitária responsável pela transformação citada pela Marketeer.

Segundo o líder executivo do grupo, a renovação tem como objetivo adaptar a empresa às tendências do mercado, sem perder a essência, e refletir a sua estratégia futura caracterizada pela inovação.

De amarelo a azul

Pela primeira vez em 30 anos, a transportadora alemã Lufthansa transformou a sua imagem. A empresa trocou o amarelo mostarda pelo azul-escuro no seu logótipo. “A Lufthansa mudou, está mais moderna e com mais êxito. A partir de agora, tal será visível para o público através do novo design”, explicou Carsten Spohr, CEO da Deutsche Lufthansa.

Nos próximos dois anos, cerca de 160 milhões de produtos serão trocados de modo a envergar a nova imagem da companhia.

As asas acima de tudo

Desde março que a Mini (marca automóvel que integra o grupo BMW) está a vestir um novo logótipo. A imagem renovada combina o estilo clássico com algumas alterações: o círculo continua alado, mas os traços tornaram-se mais simples. Em vez de cinza, o desenho está agora pintado de preto e branco.

Ambiente digital impulsiona mudança

Ainda não se conhece a sua nova cara, mas a Volkswagen já fez questão de anunciar que vai mudar. A fabricante automóvel alemã revelou, a semana passada, que o logótipo vai sofrer a primeira alteração desde 2012 com o objetivo de se adaptar aos novos carros elétricos.

“A marca não está em boa forma em comparação com os anos anteriores”, notou Jochen Sengpiehl, responsável de marketing da Volkswagen, citado pela Bloomberg. Por isso, a alemã pretende aumentar a sua presença nas redes sociais de forma a convencer os internautas a comprarem os novos veículos… e para se melhor enquadrar nesse universo digital vai mudar a vestimenta.

 

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