Santander divide-se em nove grupos autónomos. Portugal será um
Se houver uma crise, o Santander quer estar mais preparado para lhe dar resposta. Ana Botín tenciona dividir o banco em nove unidades autónomas que podem ser resolvidas de forma independente.
O banco Santander vai descentralizar operações para se tornar mais resiliente em situações de crise financeira. A empresa liderada por Ana Botín já definiu a estratégia e prepara-se para separar as operações em nove grupos distintos divididos por localização geográfica. Um deles tem sede em Portugal.
A notícia foi avançada esta terça-feira pelo Expansión. Em causa está a criação de “grupos de resolução”, que apenas respondem por parte do negócio do Santander e que podem ser resolvidos pelos bancos centrais, de forma independente, sem que haja contágio pelas restantes operações da companhia. “Definimos os grupos de resolução como um reflexo do modelo dos grupos financeiros autónomos, para que todas as filiais sejam incluídas num grupo de resolução”, lê-se num documento oficial citado pelo jornal espanhol.
O jornal acrescenta que cada grupo de resolução terá de obedecer a critérios específicos, incluindo ao nível dos rácios de capital. Terá ainda de possuir recursos suficientes para se resgatar a si próprio, sublinha. Estes novos grupos têm ainda autonomia operacional e um grupo não tem a obrigação de salvar o outro — “não há compromissos legais que impliquem apoio financeiro”, indica um documento da empresa. A ter de ser feito, é feito a “preços de mercado”.
O grupo de resolução sediado em Espanha vai ser o que concentra a maior parcela das operações do Santander, contando com ativos no valor de 651 mil milhões de euros. Por ordem decrescente de valor, as restantes unidades terão sede no Reino Unido (361 mil milhões de euros em ativos), Brasil (162 mil milhões), Estados Unidos (114 mil milhões), México (58 mil milhões), Chile (50 mil milhões), Portugal (48 mil milhões), Polónia (32 mil milhões) e Argentina (13 mil milhões), segundo o Expansión.
O grupo de resolução espanhol é também o que tem maior solvabilidade, com um capital total de 24,12%. A capitalização da unidade portuguesa tem um capital a rondar os 18%, próximo do Reino Unido. A unidade norte-americana conta com um capital próximo dos 20%. Segundo o Expansión, o grupo que tem menos capital é o argentino, ligeiramente acima dos 12% do capital total.
O ECO contactou o Santander em Portugal no sentido de obter mais informações sobre este plano, mas ainda não obteve resposta por parte da empresa.
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