Americanos da EDP Renováveis perguntam se podem ser registadas OPA concorrentes à oferta chinesa

Massachusetts Financial Services pediu à EDP Renováveis para clarificar se outras companhias podem registar ofertas concorrentes antes de os chineses registarem a sua. Ações em máximos.

Os norte-americanos da Massachusetts Financial Services estão preocupados com a incerteza criada pela oferta da China Three Gorges sobre a EDP e pediram à administração da EDP Renováveis para clarificar se podem ser registadas ofertas concorrentes sobre a empresa de energias limpas antes de os chineses obterem o registo da sua oferta.

Além da EDP, a China Three Gorges também lançou uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a EDP Renováveis, mas fez depender essa operação do cumprimento de vários fatores, incluindo:

  • a compra de mais de 50% da EDP;
  • a garantia de todas as aprovações e autorizações regulatórias em várias jurisdições.

Para estes acionistas minoritários, que controlam quase 4% da EDP Renováveis, estas duas condições geram “incerteza prolongada” em torno da empresa de energias limpas. “O calendário da oferta [chinesa] poderá dificultar ou desencorajar o lançamento de potenciais ofertas concorrentes sobre a EDP”, sublinham.

“Acreditamos que tal incerteza prolongada não é do interesse dos acionistas minoritários da EDP Renováveis e que o conselho de administração da EDP Renováveis deve considerar clarificar, como assunto de urgência, se uma oferta concorrente sobre a EDP Renováveis pode ser registada e lançada antes do lançamento de uma oferta pela China Three Gorges“, pede a Massachusetts Financial Services numa carta aberta divulgada esta segunda-feira.

Os americanos, que juntamente com outros pequenos acionistas conseguiram um lugar no board da EDP Renováveis na semana passada, dizem que essa clarificação é necessária para “uma avaliação apropriada do seu horizonte de investimento”. “Acreditamos que outros acionistas minoritários e o mercado poderá beneficiar igualmente de tal clarificação”, acrescenta este fundo dos EUA.

A posição da Massachusetts surge num dia em que a EDP Renováveis renova máximos históricos na bolsa. Fugindo às perdas que marcam a sessão desta segunda-feira no PSI-20, as ações atingiram esta manhã os nove euros pela primeira vez na sua história de dez anos como cotada. Estavam há pouco a subir 0,45% para os 8,97 euros por título, conferindo uma avaliação de mercado em torno dos 7,79 mil milhões de euros.

Na base da pressão compradora que tem impulsionado a EDP Renováveis está a OPA que a China Three Gorges lançou para comprar a EDP. Para esta operação ser bem-sucedida, os chineses deverão ter de largar mão dos ativos nos EUA, porque o regulador norte-americano não deverá permitir que a OPA se concretize sem remédios.

Antecipando-se a esse cenário, o grupo chinês já sondou vários operadores para auscultar o interesse nesses ativos. E é daí que surgem rumores de que a EDP Renováveis no seu todo (e não apenas o negócio americano) poderá ser alvo de outra oferta.

Candidatos à compra da empresa liderada por Manso Neto parecem não faltar, como a francesa Engie. Ou os dinamarqueses da Orsted, que já vieram negar o interesse.

EDP Renováveis chegou aos 9 euros

A China Three Gorges tem em cima da mesa uma proposta sobre a EDP Renováveis — a OPA será obrigatória caso os chineses efetivem a compra da elétrica liderada por António Mexia. Nessa proposta, o grupo chinês oferece uma contrapartida de 7,33 euros. Mas o mercado parece estar muito pouco convencido com esse preço e já dá mais 23% pelas ações da EDP Renováveis do que dão os chineses.

Entretanto, o PSI-20, o principal índice português, cede 0,42% para 5.505,04 pontos, com dez cotadas em terreno negativo. CTT e BCP lideram as perdas, com desvalorizações de 3,48% e 2,18%, respetivamente.

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