Ribeiro Mendes comunica a Tomás Correia candidatura à liderança da Associação Mutualista
Administrador dissidente, Fernando Ribeiro Mendes comunicou a Tomás Correia que vai avançar com uma candidatura à presidência da Associação Mutualista Montepio Geral nas próximas eleições.
Fernando Ribeiro Mendes anunciou esta quarta-feira a Tomás Correia e aos restantes colegas do Conselho de Administração da Associação Mutualista Montepio Geral que vai candidatar-se à presidência da instituição nas eleições que vão ter lugar no final do ano. Foi no final da reunião do Conselho de Administração que Ribeiro Mendes aproveitou para comunicar aos restantes administradores e ao próprio Tomás Correia que pretende concorrer nas próximas eleições. Esta era uma intenção esperada, tendo em conta últimas as intervenções de Ribeiro Mendes, as quais denotavam uma evidente rota de colisão com o atual presidente da Associação Mutualista.
Contactado pelo ECO, Ribeiro Mendes confirmou a notícia, avançada esta manhã pelo Jornal Económico , sem adiantar mais detalhes. Ainda assim, segundo apurou o ECO, o ex-secretário de Estado da Segurança Social de António Guterres vai apostar em três linhas de força: Há uma crise de confiança em torno do grupo Montepio que resulta da presidência de Tomás Correia; É preciso evitar a utilização da poupança dos associados em aventuras financeiras, como a criação de um já anunciado fundo de capital de risco; E, finalmente, o regresso à vocação original da Associação, como protetor social e de saúde.
Ainda não há data formal para a apresentação da sua lista. E também ainda não se sabe se Ribeiro Mendes vai protagonizar a única lista alternativa à provável recandidatura de Tomás Correia, ainda não anunciada. O ECO sabe que há algumas semanas que tem existido uma tentativa de consensualização de uma lista única, e houve mesmo uma jornada de reflexão mutualista que juntou nomes como Luís Campos e Cunha, Vital Moreira e António Godinho, entre outros. Depois, o economista João Costa Pinto também fez declarações no sentido de apoiar uma lista alternativa à de Tomás Correia.
"O que temos vindo a experimentar recentemente indica que é preciso mudar de rumo, é preciso acabar com a deriva estratégica que nos tem assombrado de grandiosos sonhos que hoje sabemos que foram irrealistas e que levam as poupanças dos associados sem uma monetização consistente e sem que haja uma consciência disso.”
Há algum tempo que Ribeiro Mendes vem dando sinais de profunda divergência com Tomás Correia. Aliás, na sua intervenção na jornada de reflexão mutualista, este administrador dissidente foi bastante claro quanto à avaliação que faz da gestão do atual presidente: “O que temos vindo a experimentar recentemente indica que é preciso mudar de rumo, é preciso acabar com a deriva estratégica que nos tem assombrado de grandiosos sonhos que hoje sabemos que foram irrealistas e que levam as poupanças dos associados sem uma monetização consistente e sem que haja uma consciência disso”, disse.
Antes disso, num artigo de opinião no jornal Público, Ribeiro Mendes defendeu um “virar de página inadiável” na gestão da Associação Mutualista. Por causa desse artigo, o administrador viu Tomás Correia retirar-lhe os pelouros. Mas voltou a recuperá-los, poucos dias depois.
A Associação Mutualista Montepio Geral registou créditos fiscais de 809 milhões de euros em 2017, razão pela qual conseguiu apurar lucros de 831 milhões de euros e sair de uma situação de défice nos seus capitais próprios no ano passado.
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