Lucros do Benfica caem para metade. Passivo recua para níveis pré-troika
A SAD encarnada continua a apresentar resultados positivos, mas a última temporada foi menos lucrativa. Fechou a época 2017/2018 com lucros de 20 milhões de euros.
O Benfica continua a dar lucro. No entanto, na época em que perdeu o título de campeão nacional para o Futebol Clube do Porto, os resultados líquidos da SAD encarnada encolheram para menos de metade, cifrando-se em 20 milhões de euros. Quebra nas receitas com transferências de jogadores explicam os números do ano fiscal.
“O resultado líquido ascende a um montante de 20,6 milhões de euros, o que corresponde ao quinto exercício consecutivo em que a Benfica SAD apresenta lucro e ao seu segundo melhor resultado de sempre”, refere a SAD, em comunicado enviado à CMVM. O melhor tinha sido obtido no ano fiscal anterior, quando os lucros ascenderam a 44,5 milhões.
Houve uma quebra de 53% nos dos resultados líquidos, mas também nos resultados operacionais que se cifraram em 32,4 milhões de euros. Uma evolução menos positiva que traduz a quebra nas receitas, tanto sem atletas, fruto do desempenho do Benfica na Liga dos Campeões — nesta temporada, o clube estreou-se na fase de grupos com uma derrota frente ao Bayern de Munique por duas bolas a zero –, mas também considerando os proveitos com jogadores.
"A SAD volta a apresentar um passivo consolidado inferior a 400 milhões de euros, o que não se verificava desde o final do exercício de 2010/2011.”
“Os rendimentos operacionais (excluindo transações de direitos de atletas) ultrapassam os 121,5 milhões de euros, o que representa um decréscimo de 6,7 milhões de euros face ao período homólogo, principalmente justificado pelo desempenho desportivo na Liga dos Campeões”, diz a SAD. As transações de direitos de atletas renderam 63,8 milhões contra os mais de 100 no período homólogo.
Passivo encolhe. Custos também
Neste exercício, a SAD encarnada revela que os resultados financeiros foram negativos em 11,5 milhões de euros, “o que equivale a uma melhoria de 34,2% face ao período homólogo, sendo a variação principalmente justificada pela redução do passivo bancário”, que recuou para níveis pré-troika.
“O passivo da Benfica SAD diminuiu 40,1 milhões de euros no decorrer do exercício de 2017/2018, o que significa que no final do período atinge um valor de 398,3 milhões de euros. De realçar que a sociedade volta a apresentar um passivo consolidado inferior a 400 milhões de euros, o que não se verificava desde o final do exercício de 2010/2011″, nota a SAD.
Esta “redução do passivo é principalmente justificada pela diminuição de 110,4 milhões de euros nas rubricas de empréstimos obtidos, face à redução do passivo bancário que ocorreu no decurso deste exercício, sendo de destacar o reembolso antecipado voluntário do Project Finance do Estádio, a liquidação total do Programa de Papel Comercial e a não utilização da linha de crédito disponível junto do Novo Banco”.
SAD mais sólida. Capitais próprios em recorde
A SAD encarnada fechou a última temporada com um ativo que ascende a 485,1 milhões de euros, o que corresponde a um decréscimo de 4,1% face ao período homólogo. Ainda assim, tendo em conta a quebra do passivo, os capitais próprios da SAD liderada por Luís Filipe Vieira atingiram o valor mais elevado de sempre.
No decurso do exercício de 2017/2018, o capital próprio “apresentou uma melhoria de 19,1 milhões de euros, o que corresponde ao quinto exercício consecutivo em que a situação líquida apresenta uma variação positiva”. “O capital próprio da Benfica SAD a 30 de junho de 2018 ultrapassa os 86,8 milhões de euros, atingindo o valor mais alto de sempre deste a constituição da Sociedade”, destaca.
(Notícia atualizada às 22h38 com mais informação)
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