Autoeuropa começa a escoar carros retidos em Setúbal já este fim de semana
"Início do escoamento dos carros só depende da chegada dos barcos a Setúbal", diz ao ECO a Operestiva. A chegada dos barcos está prevista já para este sábado.
A greve no Porto de Setúbal chegou ao fim e com ela a dor de cabeça da Autoeuropa. A fábrica de Palmela vai assim poder começar a escoar os cerca de 20 mil carros que tem parados. E os carregamentos vão começar já este fim de semana, confirmou o ECO.
“Com o fim da greve as condições da força de trabalho estão garantidas. O início do escoamento dos carros só depende da chegada dos barcos a Setúbal”, diz ao ECO Diogo Vaz Marecos, gerente da Operestiva. A chegada dos barcos está prevista já para este sábado.
Com o Porto de Setúbal a voltar à normalidade, a Autoeuropa também espera regressar à situação anterior, ou seja, ao escoamento da produção através do Porto de Setúbal, sem ter de recorrer ao Porto de Leixões, como chegou a ser feito, sabe o ECO.
Cada barco que atracar em Setúbal pode levar cerca de dois mil carros, o que significa que vão ser necessários cerca de dez para escoar a produção retida ao longo da greve dos trabalhadores eventuais que se iniciou a 5 de novembro.
Fica assim posta de parte a eventualidade de a Autoeuropa ter de fazer novas paragens por ter demasiados carros à espera de serem expedidos. O ECO confirmou que a fábrica de Palmela só vai mesmo parar os 12 dias que foram comunicados aos trabalhadores, tal como o ECO avançou em primeira mão. Em causa está a falta de motores a gasolina que resulta das novas preferências do mercado, uma escassez que afeta todas as marcas e construtores, não sendo um problema exclusivo da Volkswagen.
O fim da greve dos estivadores do Porto de Setúbal foi resultado do acordo assinado esta sexta-feira entre os operadores e os sindicatos. O compromisso pressupõe, no imediato, a contratação de 56 trabalhadores no Porto de Setúbal, e antecipa a contratação de dezenas de outros estivadores no curto prazo. “As condições do acordo são as propostas pelos operadores”, sublinha ao ECO, Diogo Vaz Marecos, que se congratula também com o facto de “o acordo abrir a porta à possibilidade de se recorrer a trabalhadores eventuais que sempre dissemos que eram essenciais”.
O acordo prevê a contratação de 56 trabalhadores precários e prevê a possibilidade de contratar mas dez. Assim acaba a greve dos trabalhadores eventuais, mas também às horas extraordinárias, problema que se arrastava desde agosto.
“Este acordo permite atingir dois grandes objetivos que tinham sido fixados para esta negociação, que tive a honra de mediar: por um lado, prevê a eliminação da precariedade incompreensível e com conceitos ultrapassados que existiam no Porto de Setúbal. Por outro, permite prosseguir a rota de crescimento do porto, promovendo o crescimento da península e desenvolvimento da economia nacional, criando mais emprego”, disse a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, na conferência de imprensa na sequência do acordo.
Segundo a ministra que mediou as negociações, esta é uma solução em que todos ganham. O ECO pediu ainda uma reação oficial à Autoeuropa ao acordo alcançado. “Congratulamo-nos com o acordo e agradecemos o empenho de todos os atores envolvidos, do Governo aos operadores e sindicatos”, disse fonte oficial da Autoeuropa.
(Notícia atualizada)
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