Os robôs estão a roubar os nossos empregos? Banco Mundial diz que o impacto é “insignificante”
Ainda que as economias avançadas tenham registado um recuo do emprego industrial, o Banco Mundial assegura que o impacto da automação no trabalho tem sido insignificante.
A previsão deixada pela humanoide Sophia no palco principal do Web Summit, em 2017, ainda não se está a concretizar, garante o Banco Mundial. “O medo de que os robôs vão eliminar os empregos não é apoiado pelas provas dadas até agora”, assegura o economista chefe Pinelopi Koujianou Goldberg, citado pela Bloomberg.
Segundo Goldberg, até ao momento, a automação e a robotização têm tido um impacto insignificante a nível global. Por exemplo, o declínio dos empregos industriais registado, nas últimas duas décadas, nas economias avançadas foi mais do que compensado pelo seu reforço desse tipo de trabalho no mercado asiático.
Além disso, de acordo com os estudos feitos pelo Banco Mundial, não estará em causa a extinção do trabalho humano, mas a mudança da sua natureza, com especial foco na substituição de tarefas repetitivas por processos criativos.
Tal conclusão já tinha sido apontada ao ECO pelos analistas da Deloitte e da PwC. “Os nossos estudos preveem que mais de 40% dos empregos não existirão daqui uma década, mas isto não implica uma redução dos postos de trabalho”, tinha salientado Sérgio do Monte Lee, partner da Deloitte Portugal. “O grande desafio é reconverter carreiras”, tinha acrescentado Bethy Larsen, partner da PwC, frisando a necessidade de apostar em competências mais viradas para estas novas oportunidades.
Por sua vez, o economista chefe do Banco Mundial sublinha: “Esta é a quarta revolução industrial. Já acontecerem três e, em cada uma delas, conseguimos sobreviver. Portanto, não está em causa a eliminação total do trabalho humano pelas máquinas”.
Ainda assim, o número de empregos industriais registou efetivamente uma diminuição, caindo mais de 10% em países como o Reino Unido, Espanha e Singapura, onde os trabalhadores trocaram as fábricas pelos serviços.
A propósito, segundo já tinha adiantado a PwC ao ECO, este “assalto” aos trabalhos humanos protagonizado por robôs será menor em Portugal do que nos demais países europeus exatamente à boleia da forte relevância do setor dos serviços no mercado nacional.
Tudo somado, o Banco Mundial conclui que cabe aos Governos facilitarem essa transição, nomeadamente através do reforço da proteção social. Em cima da mesa, também pode estar a atribuição de um Rendimento Básico Incondicional, uma prestação fixa atribuída a todos os cidadãos, independentemente da sua situação laboral e financeira, que já foi experimentada pela Finlândia.
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