Conservadores do partido de May apresentam plano B para o Brexit
Com o chumbo do acordo do Brexit no Parlamento britânico, May tem agora de apresentar um plano B. Um conjunto de conservadores decidiu avançar com uma proposta que prevê a saída com ou sem acordo.
O acordo do Brexit de May foi chumbado no Parlamento, e a primeira-ministra tem agora de apresentar um plano B. Na sequência deste desfecho, mais de 20 membros do Partido Conservador britânico chegaram-se à frente, com o que pensam ser a melhor alternativa. Intitulada “Um melhor acordo, um melhor futuro”, a proposta foi apresentada pelo anterior ministro do Brexit, Steve Baker.
O plano B dos conservadores propõe continuar as preparações para a saída da União Europeia a 29 de março, sem recorrer a extensões do prazo, e apresentar um novo acordo comercial, como foi oferecido por Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, a 7 de março do ano passado.
O novo acordo prevê substituir o mecanismo de backstop por um protocolo para a fronteira irlandesa elaborado com base num acordo de facilitação do comércio e das alfândegas. Propõe também uma solução financeira “ligada ao progresso”, cooperação em áreas como a luta contra o terrorismo, voos e a troca de dados, e ainda deixar a política comum das pescas, e ao invés negociar o acesso recíproco.
Parte da fatura de cerca de 43,8 mil milhões de euros a ser paga a Bruxelas deverá ser usada para impulsionar o crescimento económico no país, como medida de preparação para a saída. As preparações incluem também garantir os direitos dos cidadãos europeus de viver e trabalhar no Reino Unido, e começar discussões com os EUA, China e Índia.
Os conservadores contemplam a possibilidade de o acordo com a UE não ser alcançado, e mantém a intenção de saída. “Na ausência de um acordo de saída, o Governo não considerará que o Reino Unido é responsável pelos estimados 39 mil milhões de libras a ser pagos à UE”, lê-se no documento.
Para o futuro, a proposta delineia uma estratégia baseada em quatro pilares, na procura por uma economia “competitiva e próspera”. São eles uma estratégia unilateral, de reformas internas; bilateral, ao replicar os acordos da UE com outros países; plurilateral, ao participar em acordos comerciais multinacionais; e ainda multilateral, na qualidade de membro da Organização Mundial do Comércio.
“Este documento estabelece um plano firme para aceitar a oferta da UE de março, de um acordo comercial de primeira classe, respeitando as prioridades do Reino Unido, a ordem legal da UE e permitindo que o Reino Unido desenvolva uma política regulatória doméstica e comercial de forma verdadeiramente independente”, diz Steve Baker, citado em comunicado.
Entre aqueles que assinaram este plano B encontra-se Boris Johnson, um dos maiores críticos de May, e David Davis e Dominic Raab, que já foram também responsáveis pela pasta do Brexit no Executivo britânico.
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