Banco de Portugal está “de facto” a ter em conta auditoria à CGD, diz Elisa Ferreira
"O Banco de Portugal, nas suas funções de supervisão, está de facto a tomar em toda a conta as conclusões do relatório final que lhe foi entregue", disse a vice-governadora do supervisor bancário.
Elisa Ferreira não se quis alongar muito nos comentários à divulgação de uma versão preliminar da auditoria da EY à Caixa Geral de Depósitos, tema que considera “muito crítico”. Mas a vice-governadora do Banco de Portugal assegura que o supervisor está, “de facto”, a ter em conta todas as conclusões do relatório final no âmbito das suas funções de supervisão bancária.
“Não vou falar de assuntos concretos de bancos ou de relatórios, não direi mais nada do que isto. Mas posso dizer que o Banco de Portugal, nas suas funções de supervisão, está de facto a tomar em toda a conta as conclusões do relatório final que lhe foi entregue“, disse Elisa Ferreira aos jornalistas, à margem de uma conferência da Ordem dos Economistas dedicada ao crédito malparado da banca.
Este semana, vários jornais divulgaram uma versão preliminar do relatório da auditoria que a EY fez aos atos de gestão do banco público entre 2000 e 2015. Concluiu que, ao longo destes anos, as sucessivas administrações ignoraram os pareceres dos órgãos competentes ou aprovaram operações de crédito que não apresentavam garantias suficientes, concretizando negócios que vieram a revelar-se de risco “considerado elevado ou grave”.
Em concreto, os auditores da EY identificaram um conjunto de 46 financiamentos que foram concedidos entre 2000 e 2015 e com os quais a CGD reconheceu perdas de quase 1.200 milhões de euros. Também foram revelados investimentos ruinosos em participações de sociedades, como o BCP, que resultou numa perda de 555 milhões de euros.
Elisa Ferreira não tem dúvidas de que se trata de um “assunto muito crítico”. “A versão final do relatório, e sublinho final do relatório, foi recebida no Banco de Portugal já há bastante tempo. Foi lida, foi interpretada e está a ser utilizada nas dimensões que interessam ao Banco de Portugal que são as dimensões de supervisão”, considerou.
A vice-governadora recusou esclarecer se foi com base no relatório desta auditoria que Norberto Rosa ou Pedro Cardoso não iniciaram funções nos bancos BCP e Bison Bank, respetivamente.
"A versão final do relatório, e sublinho final do relatório, foi recebida no Banco de Portugal já há bastante tempo. Foi lida, foi interpretada e está a ser utilizada nas dimensões que interessam ao Banco de Portugal que são as dimensões de supervisão.”
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