Projetos de reabilitação com fundos comunitários somam 265 milhões de euros

Até ao final do ano passado foram contratados 71 projetos no valor de 265 milhões de euros, no âmbito do Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas (IFRRU 2020).

Um conjunto de armazéns vazios, no centro histórico de Vila Nova de Gaia, está a ser transformado num projeto turístico. Os edifícios degradados estão a ser reabilitados, um a um, para dar lugar a três museus: um dedicado à cortiça, outro ao vinho e ainda outro à moda e ao design.

Estes três projetos, que representam um investimento global de 38,01 milhões de euros, fazem da Hilodi a maior beneficiária dos financiamentos à reabilitação urbana através do IFRRU 2020. Além disso, a reabilitação do imóvel que vai receber o Museu Moda e Design é o projeto que obteve o maior financiamento: 8,2 milhões de euros, apesar de não ser o maior investimento total.

A Hilodi, Historic Lodges & Discoveries, uma empresa de organização de atividades de animação turística, foi uma das 71 entidades que assinaram, até 31 de dezembro de 2018, contratos de financiamento no âmbito do IFRRU 2020, um instrumento financeiro criado no âmbito do Portugal 2020, que tem uma capacidade de financiamento de 1.400 milhões de euros. O objetivo é oferecer condições mais vantajosas para quem pretende investir na reabilitação urbana no território nacional (incluindo estrangeiros).

A reabilitação dos armazéns na margem Sul do Douro que vão albergar estes três museus fazem parte de um projeto mais vasto: World of Wine (WoW) da The Fladgate Partnership, dona do The Yeatman. Em causa está um investimento global de 100 milhões de euros e que deverá estar concluído em 2020.

Estes 71 contratos representam um investimento contratado de 265 milhões de euros e têm implícito um investimento total de 733 milhões. Ou seja, um aumento de 69% face aos 42 contratos celebrados dois meses antes e que totalizavam 184 milhões de euros de investimento contratado. Face ao final de outubro também uma evolução significativa no número de municípios abrangidos: de 15 passaram para 27 municípios.

Operações Aprovadas e respetivo investimento

 

Desde o início de 2018, por semana, foi celebrado mais de um contrato, revela o próprio IFRRU num comunicado de 19 de dezembro. Além disso, já há projetos de reabilitação concluídos. O primeiro foi a reabilitação da antiga Empresa Fabril da Trofa, que envolveu um investimento de 2,9 milhões de euros. Este edifício industrial do século XX, que marcou a história da industrialização no Vale do Ave, na área da transformação do algodão, foi reabilitado para acolher a sede do Grupo Vigent, que congrega diversas empresas como a Metalogalva e a Brasmar, com investimentos em diversas áreas como a engenharia e proteção de aço, a indústria e o comércio de produtos do mar, para além de ser um dos maiores empregadores da região.

Para além dos 71 contratos de investimento já assinados, no final do ano passado havia mais do triplo de pedidos de financiamento em análise (265). Também a dimensão do pipeline aumentou face a outubro já que nessa altura estavam 225 candidaturas a serem analisadas, que correspondiam a intenções de investimento de 604 milhões de euros. As manifestações de interesse são, contudo, bastante inferiores, às 682 candidaturas em análise no início de agosto do ano passado.

O IFRRU 2020 mobiliza as dotações aprovadas pelos programas operacionais regionais do continente e das regiões autónomas e do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), às quais acrescem verbas provenientes de instituições financeiras europeias: o Banco Europeu do Investimento e o Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa. Contudo, são os bancos comerciais selecionados — Santander Totta, Banco BPI e Millennium BCP — que operacionalizam os 1,4 mil milhões de euros de capacidade de financiamento do IFRRU 2020, que deverá gerar um investimento de cerca de 2.000 milhões de euros.

Este instrumento financeiro foi utilizado por sete particulares para reabilitar os seus imóveis, por três câmaras municipais (Lousã, Barreiro e Mafra), mas também para reabilitar seis unidade hoteleiras, nomeadamente o Sana Estoril, a recuperação do antigo convento S. Paulo e adaptação das instalações à utilização hoteleira ou ainda a reabilitação de um edifício em São Pedro de Miragaia, destinado a um hotel boutique de 4 estrelas.

De acordo com o IFRRU os 71 projetos contratos deverão resultar em 262 habilitações reabilitadas e criar 1.471 postos de trabalho.

Realizações e resultados estimados para as operações aprovadas

 

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